PUMA forçada a abandonar o patrocínio da Associação de Futebol de Israel

A PUMA vai deixar de patrocinar a Associação de Futebol de Israel (IFA), não renovando o contrato que expira no final de 2024 – anuncia a Campanha Palestina para o Boicote Académico e Cultural de Israel (PACBI), parte fundadora do movimento BDS (Boicote, Desinvestimento e Sanções).

A PUMA tem sido alvo de uma campanha mundial do BDS desde 2018 devido ao seu apoio ao apartheid israelita através do patrocínio da IFA que integra equipas de futebol de colonatos israelitas ilegais instalados em terras palestinas roubadas. Segundo a PACBI, a PUMA estava sob enorme pressão para desistir do contrato porque a campanha de boicote iniciada em 2018 levou equipas, atletas, artistas e lojas a abandonar a PUMA causando-lhe sérios danos reputacionais.

Entretanto o Comité Nacional Palestino BDS (BNC) apela a que se pressione a FIFA para que esta respeite as suas obrigações relativamente aos direitos do povo palestino, recordando o apelo da comunidade desportiva palestina e das organizações de direitos humanos, que a FIFA tem vindo a ignorar há anos, para suspender a filiação da IFA devido à inclusão de equipas desportivas sediadas ou a disputar jogos em colonatos israelitas ilegais, em flagrante violação do direito internacional e dos estatutos da FIFA.

De acordo com os seus Estatutos, a FIFA compromete-se a «respeitar todos os direitos humanos internacionalmente reconhecidos e esforçar-se-á por promover a protecção desses direitos» [artigo 3º]. A FIFA sublinha igualmente que «a discriminação de qualquer tipo contra um país, uma pessoa singular ou um grupo de pessoas (...) é estritamente proibida e punível com suspensão ou expulsão» [artigo 4}.

Menos de uma semana após o início da agressão russa contra a Ucrânia, a FIFA não tardou a tomar medidas enérgicas para impedir que a Federação Russa de Futebol continuasse a participar nos seus torneios. Neste caso, a FIFA nem sequer esperou pelas resoluções das Nações Unidas, nas quais se baseou em incidentes anteriores, quando suspendeu a filiação de federações nacionais de futebol e as proibiu de participar nos seus torneios por razões políticas, como aconteceu com a Associação de Futebol da África do Sul durante o regime do apartheid.

A decisão da FIFA, do Comité Olímpico Internacional e de outros organismos desportivos internacionais de suspender a filiação da África do Sul nessa altura foi um dos instrumentos de pressão mais importantes que contribuíram para o desmantelamento do sistema do apartheid sul-africano.

No entanto, ao longo dos anos, tem sido manifesto o desrespeito da FIFA pelos direitos do povo palestino com o beneplácito das potências que a controlam e assim se tornam cúmplices do regime de colonialismo e apartheid de Israel.

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