Muitas centenas afirmam em Lisboa solidariedade com a Palestina
O MPPM, o CPPC e a CGTP-IN e o CPPC, promoveram ontem, na Praça Martim Moniz, em Lisboa, um acto público de solidariedade com o povo palestino, pelo seu direito a resistir à ocupação, pelo reconhecimento dos seus direitos inalienáveis a uma pátria livre, independente e soberana, pelo direito de regresso dos refugiados, e também por uma paz justa e duradoura no Médio Oriente.
Muitas centenas de pessoas, incluindo uma significativa representação da comunidade palestina e de comunidades migrantes, responderam ao apelo e ouviram as intervenções de Dinis Lourenço (CGTP-IN), Carlos Almeida (MPPM) e Ilda Figueiredo (CPPC), com apresentação de José Pinho (projecto Ruído).
Recordamos a declaração do MPPM que acompanhou a convocação deste Acto Público:
A situação dramática que se vive, desde o passado sábado, em Gaza e Israel, e que já causou centenas de vítimas – que o MPPM lamenta –, comprova, como temos repetidamente alertado, que a paz na Palestina e no Médio Oriente não é possível enquanto continuarem a ser espezinhados os legítimos direitos do povo palestino e persistir a ocupação e a violência das forças militares e dos colonos israelitas.
Neste ano em que se assinalam os 75 anos da Nakba (catástrofe), mais de cinco décadas depois de Israel ocupar militarmente a totalidade do território da Palestina histórica, não se pode esquecer a limpeza étnica que acompanhou a formação de Israel e se prolonga até hoje.
Na Faixa de Gaza, de onde no sábado partiu a acção da resistência palestina, vivem 2,2 milhões de pessoas, descendentes de sucessivas vagas de refugiados. Desde 2006, Israel impõe ao território um bloqueio criminoso que levou as Nações Unidas a considerarem-no impróprio para sustentar a vida humana.
Os assaltos das forças de ocupação israelita às povoações e campos de refugiados palestinos, assim como a violência dos colonos, as prisões arbitrárias e a discriminação institucionalizada, são o quotidiano com que os palestinos se confrontam há muitos anos.
Aqueles que condenam as acções de resistência das vítimas, por serem violentas, mas se calam (ou colaboram), desde há décadas, com a violência da ocupação, com a construção imparável de centenas de colonatos em território palestino ocupado, com as prisões e assassínios, a que é sujeito o povo palestino, são também responsáveis pela escalada da violência.
Os que há décadas, incluindo o governo português e a União Europeia, toleram a quotidiana violação por Israel de inúmeras resoluções da ONU, do direito internacional e do direito internacional humanitário, os que há décadas pactuam com a ausência de qualquer real processo político conducente a uma solução que respeite os direitos do povo palestino, não têm autoridade moral para hoje se queixarem das tempestades que provocaram.
Perante o agravamento da situação e o perigo dum alastramento da violência a todo o Médio Oriente, o MPPM relembra que Israel, com o apoio dos «países ocidentais» e em primeiro lugar dos Estados Unidos da América, é a maior potência militar da região e a única a dispor de armas nucleares.
A paz no Médio Oriente e a solução da questão palestina, a segurança de todos os povos da região, passam necessariamente pelo respeito do direito inalienável do povo palestino a uma pátria livre e independente, incluindo o direito de regresso dos refugiados.
O MPPM lembra que a Constituição da República Portuguesa reconhece o «direito à insurreição contra todas as formas de opressão». É legítima a resistência dos palestinos contra a ocupação do seu país. O MPPM reitera a sua solidariedade com o povo palestino até à vitória da sua justa causa.
10 Outubro 2023
A Direcção Nacional do MPPM