É preciso travar o massacre do povo da Palestina!
O brutal assalto de Israel ao campo de refugiados de Jenin nos dias 3 e 4 de Julho de 2023 já provocou a morte de 12 pessoas, ferimentos em mais de uma centena e o desalojamento forçado de cerca de 3000 residentes, além da destruição em larga escala num dos campos de refugiados com maiores taxas de pobreza e desemprego.
A violência militar israelita, envolvendo cerca de mil soldados e meios aéreos, não poupou os hospitais, locais de culto, a sede do grupo de teatro Freedom Theatre, e ficou novamente marcada pelo ataque propositado a jornalistas em serviço, num esforço para esconder a brutalidade das operações israelitas.
O assalto a Jenin não é um acto isolado. Insere-se numa criminosa vaga repressiva que, dando continuidade à permanente política de repressão israelita contra o povo palestino, conhece uma escalada de grandes proporções desde a tomada de posse do novo governo de Netanyahu.
Esse governo não apenas inclui como entregou oficialmente o controlo de forças militarizadas israelitas aos dirigentes da direita mais extrema, defensores da ocupação formal e da expulsão do povo palestino da totalidade da Palestina histórica.
Esta vaga repressiva é levada a cabo não apenas pelas forças militares e militarizadas de Israel mas igualmente por bandos armados de colonos, que têm desencadeado autênticos pogroms contra povoações palestinas. Desde o início deste ano, são já quase 200 os mortos palestinos vítimas desta vaga de violência.
O MPPM denuncia ainda que, na semana passada, e pela 19.a vez este ano, Israel bombardeou território sírio, numa clara violação do direito internacional que nem sequer chega a ser notícia na comunicação social. E recorda que Israel ocupa ilegalmente, há 56 anos, os Montes Golã sírios.
O MPPM exige o fim imediato desta vaga repressiva de Israel sobre o povo palestino e dos seus actos de guerra na região.
O MPPM considera intolerável o silêncio cúmplice ou as hipócritas tomadas de posição de governos que se limitam a «lamentar» os acontecimentos ou que optam por ignorar que no assalto a Jenin, tal como na questão palestina no seu conjunto, não há «duas partes» com responsabilidades iguais, mas sim agressores e agredidos, carrascos e vítimas.
O lamentável tweet que, até à data, representa a única tomada de posição do governo português sobre o assalto a Jenin é disso exemplo significativo. Sendo positivo que o governo português apele a Israel para que pare a construção de colonatos nos territórios ocupados, é incompreensível que, perante a brutalidade da violência em curso contra a população palestina, o governo português não tenha a coragem de denunciar claramente os crimes de Israel para exigir o seu fim imediato, da mesma forma que não recorde as sistemáticas e descaradas violações do direito internacional por parte de Israel. Portugal tem de accionar todos os meios ao seu alcance para, quer no plano bilateral, quer no plano multilateral, exigir que Israel respeite o direito internacional.
O MPPM volta a sublinhar que não há solução para a questão palestina sem o reconhecimento dos direitos nacionais inalienáveis do povo palestino. A cumplicidade com os crimes e violações do direito internacional por parte de Israel apenas alimentam uma escalada de conflito e guerra que ameaça alastrar a todo o Médio Oriente, já martirizado por décadas de guerras desencadeadas pelas potências da NATO, no seu afã de controlar os gigantescos recursos energéticos da região.
O MPPM apela à participação de todos na acção de solidariedade com o povo da Palestina, já nesta sexta-feira, dia 7 de Julho, pelas 18h, na placa central do Rossio, em Lisboa.
É tempo de travar a espiral de guerra e violência!
É tempo de exigir o fim do massacre do povo da Palestina!
6 de Julho de 2023
A Direcção Nacional do MPPM