Ataque israelita contra Gaza mata treze palestinos

Israel lançou, na madrugada desta terça-feira, um ataque aéreo contra a Faixa de Gaza que causou treze mortos palestinos, incluindo quatro crianças e quatro mulheres, e feriu outras vinte pessoas, incluindo três crianças e sete mulheres, deixando algumas em estado crítico.

O ataque foi lançado às 2 horas da manhã locais e envolveu 40 caças que bombardearam várias casas e edifícios residenciais na cidade de Gaza e em Rafah. No bombardeamento foram mortos, juntamente com as suas famílias, três comandantes das Brigadas al-Quds, o ramo militar da Jihad Islâmica Palestina, identificados como Jihad al-Ghannam, Khalil al-Bahtini e Tariq Izz al-Deen.

O ataque israelita vitimou também Jamal Khaswan, um conhecido dentista e presidente do conselho de administração do Hospital al-Wafa, bem como a sua mulher, Merfat Khaswan, e o seu filho, Yousef Khaswan. O Ministério da Saúde palestino lamentou a morte do Dr. Khaswan, que considerou «um homem de grande dedicação patriótica e médica».

Um porta-voz do exército israelita disse estar «ciente de alguns danos colaterais», mas não fez qualquer comentário imediato.

A Jihad Islâmica afirmou em comunicado que a resposta à agressão israelita «não vai demorar muito». «O bombardeamento será respondido com um bombardeamento e o ataque será respondido com um ataque», afirmou o porta-voz da Jihad Islâmica, Tareq Selmi. «Este crime não passará impune.»

O dirigente do Hamas, Ismail Haniyeh, que vive no Catar, disse: «O assassinato de líderes não trará segurança à ocupação, mas sim mais resistência.»

Reacção à morte de Khader Adnan

Khader Adnan, um membro da Jihad Islâmica, morreu numa prisão israelita após 87 dias de greve de fome em protesto contra a sua detenção administrativa, sem acusação. A resistência palestina acusa Israel de ter provocado a morte de Adnan.

Na semana passada, foram lançados mísseis israelitas contra a Faixa de Gaza, na sequência do lançamento de foguetes em direcção ao território israelita em protesto contra a morte de Khader Adnan.

Os bombardeamentos israelitas danificaram várias áreas em Gaza e causaram a morte de Hashel Mubarak al-Swerki, de 58 anos e pai de 11 filhos, depois de ter sido gravemente ferido por estilhaços do ataque israelita a noroeste da cidade de Gaza. Cinco outras pessoas foram também feridas por mísseis israelitas a leste de Beit Hanoun, no Norte da Faixa de Gaza.

A calma foi restabelecida após a intervenção de mediadores do Catar, do Egipto e das Nações Unidas para acordar um cessar-fogo entre Israel e a resistência palestina.

A maior prisão a céu aberto

Mais de dois milhões de palestinos vivem na Faixa de Gaza, uma área do tamanho do concelho de Vila Real. Sob o bloqueio de Israel desde 2006, o enclave costeiro sitiado tem sido descrito como «a maior prisão ao ar livre do mundo». Israel retirou as suas tropas da Faixa de Gaza em 2005, mas mantém um controlo apertado do espaço aéreo e das fronteiras terrestres e marítimas de Gaza, o que reduziu a sua economia a um estado de colapso. As Nações Unidas consideraram que a partir de 2000 a Faixa de Gaza deixava de ter condições de habitabilidade.

O COGAT, uma unidade do Ministério da Defesa israelita que coordena os assuntos civis com as autoridades palestinas, informou que dois pontos de passagem com Gaza foram encerrados para a entrada e saída de pessoas e bens até nova ordem, noticiou a Reuters.
 

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