No Dia Internacional da Mulher

Neste Dia Internacional da Mulher de 2022, o MPPM presta homenagem às mulheres de todo o mundo e à sua luta pela paz, pela igualdade, pela liberdade, pela justiça e pela eliminação de todas as formas de discriminação. Luta que travaram no passado e que travam hoje, umas vezes discreta e simplesmente, outras vezes correndo perigos enormes.

Homenagem especial às mulheres que, em consequência de guerras e outras agressões, sofrem a privação da liberdade, são forçadas a abandonar as suas casas, são sujeitas a abusos físicos e psicológicos ou perdem a própria vida.

Homenagem constante às mulheres palestinas, que vivem na pele quotidianamente um sistema de ocupação, colonização e apartheid com o seu cortejo de violência e discriminações.

Dos cerca de 4500 presos palestinos, em Fevereiro de 2022, 34 eram mulheres e 180 crianças. Desde 1967, cerca de 10 000 mulheres foram detidas pelas forças israelitas de ocupação. Muitas vezes as detidas, como os outros Palestinos, são submetidas a maus tratos e a tortura. Espancamentos, insultos, ameaças, revistas corporais, «confissões» forçadas, violência sexual, tudo serve para as intimidar e humilhar.

As mulheres grávidas palestinas não têm a protecção que lhes é devida pela Convenção para acabar com as Discriminações contra as Mulheres que Israel ratificou. As mulheres detidas são forçadas a ter o parto na prisão, ou as que são transferidas para hospitais ficam sob estrita supervisão das forças de ocupação. São acorrentadas às suas camas na sala de parto e novamente algemadas poucos minutos após o parto. Muitas mulheres palestinas perderam os seus bebés por terem dado à luz em postos de controlo israelitas onde ficaram retidas a caminho do hospital.

As mulheres palestinas estão presentes na resistência – nas manifestações, na luta política, nas organizações cívicas. As mulheres palestinas estão presentes na educação – constituem a maioria da população universitária – e na cultura, seja nas artes plásticas, na literatura, na dança ou na música. As mulheres palestinas estão presentes na actividade económica – na agricultura, no artesanato, no comércio. As mulheres palestinas estão presentes na família, onde são o suporte de pais, companheiros, filhos e netos.

As mulheres palestinas têm ainda que travar uma árdua luta contra os preconceitos de género da sociedade em que estão inseridas e pelos seus direitos próprios enquanto mulheres, parte indissociável da luta geral do seu povo pela liberdade.

A solidariedade internacional tem sido essencial para pôr fim a outros sistemas de ocupação, colonização, racismo e apartheid. A solidariedade com os povos dominados é um direito e um dever. É um imperativo de justiça. A solidariedade internacional não pode privilegiar origens étnicas ou geográficas.

Do mesmo modo, o direito internacional e o direito humanitário internacional têm que proteger e têm que obrigar, indiscriminadamente, todos os países. O direito internacional, como o sol, quando nasce é para todos...

As mulheres palestinas, todo o povo palestino, todos os povos oprimidos, contam com a solidariedade internacional, contam com a solidariedade dos Portugueses!


Na imagem: Rawan Anani, Beit Sahour 2019

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