ONU: Este ano Israel já matou 50 palestinos e feriu mais de 11 000 na Cisjordânia
Segundo um relatório do OCHA (Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários), desde o início deste ano, as forças de ocupação israelitas mataram 50 palestinos, incluindo 11 crianças, na Cisjordânia ocupada.
Durante o mesmo período, na Cisjordânia ocupada, pelo menos 11 232 outros palestinos foram feridos incluindo 584 crianças.
A estes números há que somar os 260 mortos e 2200 feridos palestinos durante a agressão israelita contra Gaza em Maio passado.
O relatório cobre em detalhe o período entre 8 e 28 de Julho, no qual as forças de ocupação israelitas mataram quatro palestinos, incluindo duas crianças, e feriram 1090 outros, incluindo 141 crianças.
Um dos mais recentes pontos de atrito é o novo colonato ilegal israelita conhecido como Evyatar, localizado perto da aldeia de Beita, no distrito de Nablus, na Cisjordânia.
O colonato foi erguido em terras de propriedade palestina e tem sido objecto de protestos dos habitantes palestinos. Por ordem judicial, os colonos desocuparam o colonato em 2 de Julho, mas ficou guardado por forças israelitas, aguardando a decisão das autoridades israelitas sobre se o terreno pode ser classificado como «terra do Estado» e se pode ser estabelecido no local um seminário religioso judeu.
Desde o estabelecimento do colonato, no início de Maio, as forças israelitas mataram cinco palestinos, incluindo duas crianças, e feriram pelo menos 3077 outros, incluindo 381 crianças, em incidentes locais, segundo o OCHA.
270 palestinos feridos por Israel nos protestos de fim-de-semana
Pelo menos 270 palestinos foram feridos por forças israelitas numa violenta repressão de protestos na Cisjordânia ocupada nesta sexta-feira, anunciou a Sociedade do Crescente Vermelho Palestino.
Sete manifestantes palestinos foram feridos com balas vivas, e outros 50 foram feridos com balas de metal revestidas a borracha.
Os outros ou foram sufocados por gás lacrimogéneo ou caíram ao serem perseguidos por soldados israelitas, sofrendo fractura dos membros.
As forças de ocupação israelitas reprimiram os palestinos que protestavam contra os colonatos israelitas na aldeia de Beita, na periferia de Nablus.
Outros manifestantes palestinos reuniram-se em Beit Dajan, também em Nablus, e foram violentamente dispersados pelas forças de ocupação israelitas.
Todas as sextas-feiras, os palestinos organizam marchas e manifestações na Cisjordânia ocupada contra os colonatos ilegais e o muro do apartheid.
Continua a violência israelita em Beit Ummar
Entretanto, as forças de ocupação israelitas atacaram centenas de palestinos em Beit Ummar, no distrito de Hebron, enquanto participavam no funeral do jovem palestino Shawkat Awad, 20 anos, que tinha sucumbido aos ferimentos causados pelos militares israelitas.
Shawkat Awad, 20 anos, foi baleado na cabeça e no abdómen na quinta-feira durante os confrontos que eclodiram no funeral de um rapaz palestino de 12 anos, Mohammed al-Allami, que também tinha sido morto pelas tropas israelitas, no dia anterior, quando viajava de automóvel com o seu pai e a sua irmã.
Tal como no funeral de Mohammed, a presença dos soldados israelitas no funeral motivou protestos dos palestinos que foram enfrentados com a violência habitual por parte das forças de Israel.
Não esquecendo Gaza
Segundo o Gabinete do Alto Comissário para os Direitos Humanos (ACDH), citado no relatório do OCHA, durante a agressão a Gaza, em Maio, 260 palestinos foram mortos, incluindo 66 crianças. Mais de 2200 palestinos foram feridos durante as hostilidades, incluindo 685 crianças e 480 mulheres, algumas das quais podem sofrer de uma incapacidade a longo prazo que requer reabilitação.
Uma Avaliação Rápida de Danos e Necessidades (RDNA), realizada entre 25 de Maio e 25 de Junho, revelou que a agressão israelita resultou em perdas de até 380 milhões de dólares em danos físicos e uma perda económica adicional de 190 milhões de dólares. A RDNA foi conduzida pelo Grupo do Banco Mundial, a ONU e a União Europeia, em estreita cooperação com a Autoridade Palestina e em consulta com a sociedade civil e actores do sector privado em Gaza.