Colonos judeus incendeiam olival na Cisjordânia ocupada

Um grupo de colonos judeus incendiou hoje um olival em Deir Ballut, 15 quilómetros a oeste da cidade de Salfit.

Deir Ballut tem uma população de cerca de 4100 habitantes e possui vários sítios arqueológicos que datam da era bizantina, tais como o Mosteiro de São Simeão e o Mosteiro al-Qal'a.

Antes de 1948, a aldeia possuía 4000 hectares de terra. Em 1967, 20% da terra de Deir Ballut foi confiscada por Israel. Desde então, como tantas outras aldeias na Palestina, Deir Ballut tem sido alvo de roubos quase contínuos de terras para colonatos israelitas, estradas de desvio e instalações militares.

Ao abrigo dos Acordos de Oslo (1993-95), foi dado à Autoridade Palestina um controlo limitado sobre uma pequena bolsa de terra que ocupa 62 hectares. Israel mantém o controlo sobre o restante, classificado como Área C.

Israel construiu uma secção do muro do apartheid, que rodeia a aldeia por três lados, confiscando e isolando cerca de 400 hectares de terras férteis e empurrando os habitantes para um enclave apinhado, um gueto, rodeado por muros, colonatos e instalações militares.

Israel estabeleceu dois colonatos, nomeadamente Alei Zahav e Pedu'el, em terras confiscadas da aldeia. Confiscou mais terras para a construção da estrada de circunvalação 446, apenas para colonos, que se estende por dois quilómetros nas terras da aldeia.

Colonos judeus atacam agricultores palestinos na apanha da azeitona

Também hoje, três palestinos foram feridos por colonos israelitas nos olivais de Huwara, a sul de Nablus.

Segundo a agência Wafa, vários colonos atacaram agricultores palestinos quando estavam na apanha da azeitona, infligindo ferimentos em três deles. Os colonos vieram de Yitzhar, um colonato notório pela sua comunidade religiosa extremista.

Este foi o terceiro ataque de colonos contra apanhadores de azeitonas palestinos nas últimas 24 horas em Nablus.

Com mais de 12 milhões de oliveiras plantadas em 45% das terras agrícolas da Cisjordânia, a colheita da azeitona constitui uma das maiores fontes de sustentabilidade económica para mais de 100 000 famílias e representa um quarto do rendimento agrícola bruto dos territórios ocupados, segundo a agência OCHA da ONU.

Todavia, para a ONG MIFTAH, «as oliveiras têm mais do que um significado económico na vida dos palestinos. Não são como quaisquer outras árvores, são um símbolo da ligação dos palestinos à sua terra».

Colonos judeus atacam pastores palestinos na Cisjordânia

Colonos judeus atacaram ontem pastores palestinos a leste da cidade de Yatta, no Sul da Cisjordânia ocupada.

Segundo a agência Wafa, um grupo de colonos, sob protecção militar, atacou pastores palestinos enquanto pastoreavam as suas ovelhas nas pastagens ao ar livre, afirmando que a área era uma «terra do Estado».

Os colonos entraram em confronto com os pastores, que tentaram defender o seu direito de acesso aos pastos. No entanto, não foram relatados quaisquer feridos.

A violência dos colonos contra os palestinos e os seus bens, que inclui incêndios, arremesso de pedras, arranque de culturas e árvores, ataques a casas vulneráveis, entre outros, é rotineira na Cisjordânia e raramente é perseguida pelas autoridades israelitas.

Há mais de 700 000 colonos israelitas a viver em colonatos coloniais ilegais na Cisjordânia ocupada e em Jerusalém Oriental.
 

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