União Europeia e Nações Unidas advertem governo israelita contra anexação da Cisjordânia
A União Europeia emitiu hoje uma declaração contra a intenção do novo Governo israelita de anexar partes da Cisjordânia ocupada, afirmando que tal medida «constituiria uma grave violação do direito internacional».
O alto responsável pela política externa da UE, Josep Borrell, afirmou que o bloco de 27 membros não reconhece a soberania israelita sobre o território palestino e que «continuará a acompanhar de perto a situação e as suas implicações mais vastas, e actuará em conformidade».
Esta declaração segue-se ao anúncio, no início desta semana, de que o Primeiro-Ministro israelita Benjamin Netanyahu e o seu principal opositor Benny Gantz tinham assinado um acordo de coligação que inclui uma cláusula para fazer avançar os planos de anexação de partes da Cisjordânia, incluindo os colonatos israelitas, a partir de 1 de Julho.
Também o enviado especial da ONU para o Médio Oriente, Nickolay Mladenov, reagiu a esta notícia afirmando que tal medida seria um «golpe devastador» para a solução de dois Estados apoiada internacionalmente.
Num briefing em vídeo com o Conselho de Segurança, que reúne todos os meses sobre o conflito israelo-palestino, Mladenov alertou para que «a perspectiva perigosa de anexação por parte de Israel de partes da Cisjordânia ocupada é uma ameaça crescente», salientando que tal medida violaria o direito internacional.
O enviado especial referiu também que a anexação «representaria um golpe devastador para a solução de dois Estados, fecharia a porta a uma renovação das negociações e ameaçaria os esforços para fazer avançar a paz regional».
As intenções de Netanyahu e Ganz encontram respaldo no «plano de paz» divulgado no início deste ano pelo Presidente norte-americano Donald Trump – rejeitado pelos palestinos e condenado por grande parte da comunidade internacional – que deu luz verde a Israel para anexar colonatos judeus e outros territórios estratégicos na Cisjordânia ocupada.