Preso palestino há 80 dias em greve de fome
Ahmad Zahran, preso por Israel no regime de detenção administrativa por períodos sucessivamente renovados, cumpriu hoje o 80.º dia de greve de fome, sendo preocupante o seu estado de saúde.
A Sociedade dos Presos Palestinos (PPS) informa que o Serviço Prisional de Israel rejeita as reivindicações de Zahran, estando marcada para 19 de Dezembro uma audiência para discutir o recurso do seu advogado exigindo a revogação da nova ordem de detenção administrativa de quatro meses de que foi alvo.
O regime de detenção administrativa consiste na prisão de palestinos sem acusação nem julgamento, por ordem de um comandante militar israelita e com base em provas secretas. As ordens de detenção administratriva normalmente têm uma duração de seis meses, mas podem ser indefinidamente renováveis pelas autoridades militares de ocupação israelitas.
Segundo a PPS, Ahmad Zahran, de 42 anos, iniciou a actual greve de fome depois de as autoridades de ocupação quebrarem a promessa de pôr termo à sua detenção administrativa, por ocasião da sua anterior greve, que durou 39 dias e terminou em Julho.
A PPS sublinha que o Serviço Prisional de Israel sujeita o preso a represálias desde o início da sua greve, designadamente a negação de visitas familiares, obstrução da comunicação dos advogados com ele, transferências frequentes e isolamento em celas impróprias para a vida humana, que continuaram até ser transferido para o hospital.
Ahmad Zahran, pai de quatro filhos, passou um total de 15 anos nos cárceres das autoridades de ocupação israelitas.
Desde o início deste ano dezenas de presos palestinos realizaram greves de fome contra a detenção administrativa.
Actualmente encontram-se noas prisões de Israel aproximadamente 450 detidos administrativos, a maioria dos quais já cumpriram anteriormente penas de prisão.