Israel expulsa representante da Human Rights Watch

Israel expulsou nesta segunda-feira Omar Shakir, director da Human Rights Watch para Israel e os territórios palestinos, acusando-o de apoiar o boicote ao país.

A expulsão de Shakir, cidadão dos EUA, foi confirmada pelo Supremo Tribunal de Israel em 5 de Novembro e tem lugar ao abrigo de uma lei de 2017 que permite a deportação de estrangeiros que apoiam o movimento Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS). Este movimento internacional apoia os direitos dos palestinos e denuncia a sua violação por Israel. A Human Rights Watch (HRW) e Omar Shakir negam a acusação.

Em Maio de 2018 Israel revogou o visto de trabalho de Shakir, que desde então travou uma longa campanha jurídica contra a sua expulsão.

Numa conferênia de imprensa antes da sua deportação, Shakir declarou: «Regressarei quando chegar o dia em que conseguirmos desmantelar o sistema de discriminação que afeta israelitas e palestinos.»

Por seu lado, Kenneth Roth, director executivo da HRW, condenou a decisão israelita, afirmando: «Um governo que expulsa um destacado investigador de direitos humanos plausivelmente não porá fim à opressão sistemática dos palestinos sujeitos à ocupação sem uma muito maior pressão internacional.»

Roth acrescentou que Omar Shakir estava a ser castigado em parte pelo trabalho desenvolvido pela HRW exortando as empresas que têm negócios nos colonatos ilegais de Israel na Cisjordânia ocupada a interromperem as suas actividades.

Hanan Ashrawi, membro do Comité Executivo da Organização de Libertação da Palestina (OLP), classificou a expulsão de Shakir por Israel como «um acção desesperada e despótica».

«Para todos aqueles que buscam paz e justiça para ambos os lados, é um alarmante alerta de que Israel recorrerá a medidas extremas para esconder a verdade», afirmou a dirigente palestina. 

Foto: AFP

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