Israel encerra instituições palestinas em Jerusalém Oriental ocupada
As autoridades israelitas fecharam esta quarta-feira de manhã várias instituições palestinas na cidade ocupada de Jerusalém por um período de seis meses.
Segundo informa a agência palestina WAFA, a polícia israelita invadiu os escritórios da Palestine TV e afixou um aviso encerrando o escritório durante seis meses, alegadamente por planear realizar actividades sob os auspícios da Autoridade Palestina.
O director da produtora al-Araz, que hospeda a Palestine TV, foi temporariamente detido, enquanto uma correspondente do canal foi convocada para interrogatório.
A polícia do Estado sionista invadiu também a Direcção de Educação e Ensino Superior em Jerusalém, onde afixou um aviso semelhante de encerramento durante seis meses, sob o mesmo pretexto, e deteve o seu chefe.
Foi também alvo de uma rusga da polícia a Escola do Orfanato Islâmico, na Cidade Velha de Jerusalém, onde foram apreendidos todos os registos e câmaras de vigilância.
O ministro da Segurança Pública de Israel, Gilad Erdan, confirmou o encerramento dos escritórios usados pela Palestine TV e pelo Ministério da Educação.
Israel ocupou Jerusalém Oriental na guerra de 1967, e em 1981 anexou-a formalmente, declarando que a cidade de Jerusalém na sua totalidade é a sua capital, o que não é reconhecido pelo direito internacional.
Os palestinos reivindicam Jerusalém Oriental como capital do seu futuro Estado independente.
Israel tenta apagar a presença palestina em Jerusalém fechando mais instituições palestinas, reagiu Hanan Ashrawi, membro do Comité Executivo da Organização de Libertação da Palestina. «Trata-se de uma continuação da campanha do governo israelita contra tudo o que é palestino em Jerusalém ocupada e de uma tentativa de alterar a composição cultural e demográfica da cidade», afirmou a dirigente palestina num comunicado.
Por seu lado, o representante da Autoridade Palestina em Jerusalém, Adnan Ghaith, afirmou que o apoio dos EUA dá a Israel força para atacar instituições palestinas em Jerusalém, acrescentando que o encerramento foi uma «violação flagrante» do direito internacional.
Foto: imagem de um anterior assalto israelita à Palestine TV, em 4 de Janeiro de 2019