MPPM condena invasão da Síria pela Turquia

O MPPM condena firmemente a invasão actualmente em curso do território sírio pela Turquia. Esta invasão, infelizmente, está longe de ser caso excepcional. Trata-se antes do mais recente episódio da guerra imposta à Síria desde há oito anos, visando a sua fragmentação e a liquidação do seu papel no apoio ao povo palestino, na oposição ao sionismo e aos desígnios imperiais na região.
 
A guerra contra a Síria não pode também ser entendida fora do quadro das agressões e ingerências ocidentais na região, nomeadamente no Iraque, na Líbia, no Iémen, com devastadoras consequências para os seus povos martirizados.
 
A ingerência externa na Síria, incluindo o financiamento e armamento de grupos terroristas, tem sido levada a cabo não só pela Turquia como por Israel e pelas petromonarquias árabes, e ainda pelos EUA e por Estados da União Europeia que ilegalmente mantêm tropas no país.
 
Assim, não podem deixar de ser lidas como hipócritas as expressões de repúdio da invasão turca, e de preocupação pelas suas consequências, por parte da União Europeia, bem como a recomendação aos seus Estados membros da suspensão da venda de armas à Turquia.
 
Da mesma forma, o MPPM regista como, mais uma vez, promessas feitas por potências estrangeiras a comunidades da região — como os curdos da Síria — são traídas ao sabor das conveniências. Trata-se duma constante ao longo da história deste último século, que sublinha como a resolução dos problemas regionais não pode ser encontrada na subserviência a potências que apenas visam semear a discórdia para melhor controlar os seus enormes recursos naturais. 
 
Quaisquer que sejam os pretextos proclamados pela Turquia para a actual invasão, quaisquer que sejam as razões invocadas para a condenar por aqueles mesmos que têm participado activamente na agressão, o que se exige no momento presente é o respeito do Direito Internacional e da Carta da ONU e o fim das violações da soberania da Síria.
O MPPM reafirma o princípio da defesa da independência, soberania e integridade territorial da Síria — incluindo a retirada de Israel dos Montes Golã sírios —, o que implica a saída das tropas de todos os países que aí se encontram sem o consentimento do governo sírio. Só ao povo da Síria cabe decidir dos destinos do seu país.
 
O MPPM manifesta a sua solidariedade para com o povo sírio e todos os povos do Médio Oriente que combatem pela paz, pela liberdade, pela independência e pela soberania dos seus países.
 
16 de Outubro de 2019
A Direcção Nacional do MPPM
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