Israel convoca palestino de 4 anos para interrogatório
Israel convocou para interrogatório um menino palestino de quatro anos do bairro de Issawiya, em Jerusalém Oriental ocupada.
Muhammad Rabi’ Elayyan, de quatro anos, recebeu um mandado para ser interrogado na esquadra da polícia israelita da Rua Salah Eddin.
A polícia israelita alega que o menino atirou pedras contra veículos seus, mas não apresentou nenhuma prova do facto.
O pequeno Muhammad e o pai, Rabi’, dirigiram-se na manhã desta terça-feira à esquadra, acompanhados por vários residentes de Issawiya, que vinham protestar contra o interrogatório. O pai foi brevemente interrogado pela polícia israelita e depois libertado.
«Eles enviaram um mandado para convocar tanto o pai como o filho», disse o pai Elayyan, rejeitando notícias de que o mandado fora emitido só para si. «Hoje, quando fomos à esquadra, eles negaram que houvesse um mandado para o filho e que apenas o pai tinha sido convocado. Eles viram a atenção da comunicação social e que isto se ia tornar um escândalo para eles, e por isso recuaram.»
Jawad Siyam, director do Centro de Informações Wadi Hilweh — uma ONG de Jerusalém Oriental — afirmou que a convocação para o interrogatório faz parte de uma política mais ampla para pressionar o bairro de Issawiya, onde os moradores protestam contra repetidos ataques e prisões efectuados pelo exército e pela polícia israelitas, bem como as frequentes demolições de casas.
Issawiya tem sido alvo de uma repressão severa desde meados de Junho, quando as forças israelitas começaram a realizar incursões diárias, alegadamente em resposta ao lançamento de pedras pelos jovens locais.
Durante um outro ataque, em 27 de Junho, as forças israelitas mataram o jovem Mohammad Samir Obeid, de 20 anos, com um tiro no peito. Cerca de 20 outros palestinos ficaram feridos a tiro ou foram atingidos por bombas de gás lacrimogéneo.
A Organização de Libertação da Palestina (OLP) condenou o silêncio da comunidade internacional sobre este caso, afirmando num comunicado que ele não teria sido possível «sem o apoio dos EUA e o silêncio da comunidade internacional sobre as práticas dessa entidade fora da lei» que é Israel.
Imagem do vídeo do Centro de Informações Wadi Hilweh