Khalida Jarrar libertada após 20 meses de detenção sem julgamento em prisão israelita
A deputada palestina Khalida Jarrar foi libertada na manhã desta quinta-feira, 28 de Fevereiro, após 20 meses de detenção administrativa (prisão sem julgamento nem culpa formada).
Khalida Jarrar é dirigente da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP) e deputada ao Conselho Legislativo Palestino (parlamento), chefiando o seu comité de presos, e é também representante palestina no Conselho da Europa.
Numa entrevista imediatamente após a sua libertação, Khalida Jarrar afirmou que «os presos são parte integrante do movimento do povo palestino, e a sua mensagem é sempre a unidade». Destacou também as condições das mulheres palestinas presas e o seu papel no movimento dos presos.
A família da dirigente palestina foi informada de que ela seria libertada no checkpoint (posto de controlo) de Jalameh por volta das 12 horas, mas em vez disso foi solta às 4h da manhã num local diferente e afastado de tudo. A família está convencida de que a mudança de horário e local foi uma tentativa deliberada da ocupação israelita para minimizar as celebrações da sua libertação.
Khalida Jarrar estava presa desde 2 de Julho de 2017, no odioso regime de detenção administrativa, ao abrigo do qual Israel pode manter os palestinos encarcerados por períodos de até seis meses indefinidamente renováveis, sem julgamento nem culpa formada e sem sequer justificar os motivos da detenção.
Esta não foi a primeira vez que Khalida Jarrar foi colocada em detenção administrativa. Foi presa pela primeira vez em sua casa em El Bireh, perto de Ramala, em 2 de Abril de 2015. Cerca de 13 meses depois de ter sido libertada dessa detenção, em meados de 2017 foi novamente colocada em detenção administrativa, que foi sucessivamente prolongada, atingindo 20 meses consecutivos: dois períodos de seis meses e dois de quatro meses.
Como activista política, Khalida Jarrar tem-se focado nos direitos dos presos, na legislação social e na melhoria da condição das mulheres. Foi eleita pela primeira vez para o Conselho Legislativo Palestino (parlamento) em 2006 na lista da FPLP, liderada pelo seu secretário-geral, Ahmad Sa'adat, que desde 2008 cumpre uma pena de prisão de 30 anos nas cadeias de Israel.
Segundo dados da Addameer (Associação de Apoio e Direitos Humanos dos Presos), entre os 5450 presos políticos palestinos nas cadeias de Israel, 495 encontram-se em detenção administrativa.