Palestinos condenam conferência de Varsóvia sobre o Médio Oriente promovida pelos EUA
O encontro de Varsóvia sobre o Médio Oriente patrocinado pelos EUA, que se realiza em 13 e 14 de Fevereiro, não preenche os requisitos da diplomacia séria, afirmou a Organização de Libertação da Palestina (OLP).
Hanan Ashrawi, membro do Comité Executivo da OLP, declarou num comunicado que o encontro corporiza as irresponsáveis políticas de poder que a actual administração dos EUA está a tentar impor à comunidade internacional, prosseguindo uma política de unilateralismo, coacção e hostilidade.
Ashrawi sublinha que a direcção palestina tem o dever de defender os direitos do seu povo e de representar os seus interesses, que o governo dos EUA ataca de forma sistemática.
«A Palestina não dará cobertura ao belicismo nem legitimará esforços para vender uma falsa solução centrada em Israel que normalize as relações entre árabo-israelitas à custa dos direitos dos palestinos. O governo dos EUA», prossegue a dirigente da OLP, «procura financiamento árabe para uma “paz económica”, política e moralmente falida, que nega os direitos do povo palestino à soberania nacional, incluindo em Jerusalém, e nega os direitos dos refugiados da Palestina.»
«Continuamos firmemente empenhados num acordo pacificamente negociado que respeite os direitos inalienáveis e inegociáveis do nosso povo, incluindo o nosso direito à autodeterminação e à liberdade», conclui Ashrawi.
Diferentes movimentos palestinos condenaram também a conferência de Varsóvia, nomeadamente a Fatah, Hamas, Frente Popular para a Libertação da Palestina, Frente Democrática para a Libertação da Palestina e Partido do Povo Palestino.
A conferência de Varsóvia é promovida pelos Estados Unidos, e nela deverá usar da palavra Jared Kushner, um dos principais arquitectos do chamado «acordo do século» de Trump para a Palestina, que alinha totalmente com as posições do governo de extrema-direita de Netanyahu e significaria a imposição aos palestinos da renúncia total aos seus direitos nacionais, aceitando para sempre uma situação de submissão, ocupação e apartheid.
Os EUA planearam a conferência como um fórum que proporcionasse o encontro entre países árabes e Israel (o primeiro-ministro Netanyahu participa), para facilitar a aceitação do «acordo do século», e também para constituir uma frente anti-Irão.