Mais de uma centena de palestinos feridos por soldados israelitas na Cisjordânia e em Gaza na sexta-feira
Durante o dia de sexta-feira forças do exército israelita feriram mais de uma centena de palestinos que se manifestavam na Faixa de Gaza cercada e na Cisjordânia ocupada.
Na Faixa de Gaza, perto da vedação com que Israel isola o pequeno território costeiro, as forças israelitas feriram 98 civis, incluindo 15 crianças e 4 mulheres; dois são paramédicos e um jornalista. Sete dos feridos encontram-se em estado grave, incluindo uma jovem de 17 anos que foi atingida com uma bala no peito.
Segundo observadores de campo do PCHR (Centro Palestino dos Direitos Humanos), os atiradores israelitas abriram fogo e dispararam gás lacrimogéneo sobre os manifestantes embora estes estivessem a dezenas de metros da vedação e não pudessem por isso constituir qualquer perigo para os soldados.
Milhares de manifestantes desarmados participaram nesta 45.ª sexta-feira consecutiva da Grande Marcha do Retorno. As manifestações exigem o direito dos refugiados palestinos e seus descendentes regressarem às terras, na Palestina histórica, das quais foram expulsos em 1948, na grande campanha de limpeza étnica levada a cabo pelas forças sionistas por ocasião da criação de Israel, e também o fim do bloqueio por Israel (com a colaboração do Egipto) à Faixa de Gaza, que dura há 12 anos.
Os organizadores da Grande Marcha do Retorno insistem que os protestos vão continuar até pôr fim ao bloqueio israelita.
Representantes do Ministério da Saúde de Gaza afirmaram que desde o início da Grande Marcha do Retorno, em 30 de Março, o exército israelita matou mais de 250 manifestantes e feriu cerca de 25 000, a maioria deles atingidos por balas reais.
Na Cisjordânia ocupada, também na sexta-feira, as forças israelitas feriram pelo menos 15 palestinos com balas reais e outros 4 com balas de aço revestidas de borracha ao reprimirem os protestos na aldeia de al-Mughayyir, perto de Ramala. Alguns manifestantes lançaram pedras em resposta ao fogo israelitas.
Na semana passada, colonos israelitas do posto avançado de Adei Ad, próximo de al-Mughayyir, mataram o palestino Hamdi Taleb Na’san, de 38 anos, com um tiro nas costas e feriram outros 30 depois de tentarem invadir a aldeia.
Desde há sete semanas que os moradores de al-Mughayyir organizam protestos semanais contra o confisco por Israel das terras da aldeia e contra os contínuos ataques dos colonos israelitas.