Palestino morto por colono israelita na Cisjordânia ocupada

Um palestino foi morto e pelo menos 30 outros foram feridos este sábado na aldeia de Al-Mughayyir, perto de Ramala, na Cisjordânia ocupada.

O responsável pelos tiros fatais é um colono do posto avançado de Adei Ad, acreditam as forças armadas israelitas, segundo noticia o jornal Haaretz. Um porta-voz do próprio posto avançado confirma que os colonos dispararam balas reais. 

Os colonatos israelitas no território palestino ocupado dispõem, com a bênção das autoridades militares sionistas, de «equipas de segurança», na realidade milícias armadas praticamente sem controlo. Os postos avançados são colonatos criados sem aprovação oficial do governo israelita e considerados ilegais pelo direito israelita (todos e cada um dos colonatos israelitas nos territórios palestinos ocupados são considerados ilegais pelo direito internacional), mas que apesar disso beneficiam das infra-estruturas e da protecção militar do Estado sionista. São habitados por colonos extremistas, responsáveis por numerosos actos de violência contra a população palestina. Ainda em Outubro de 2018, Aisha Mohammed Rabi, de 47 anos e mãe de oito filhos, foi morta perto de Nablus por uma pedra atirada por um jovem colono israelita contra o carro em que viajava.

O Ministério da Saúde da Palestina identificou o palestino morto como Hamdi Taleb Na’san, de 38 anos, acrescentando que ele foi atingido  pelas costas com uma bala real.

Antes dos disparos, ocorreram confrontos entre palestinos e um grupo de colonos judeus do posto avançado que tentara invadir a parte norte da aldeia, sendo  interceptado pelos moradores.

Amin Abu Aaliya, chefe do conselho da aldeia Al-Mughayyir, afirmou ao Haaretz que um grupo de colonos tentou atacar várias casas da aldeia. «Abriram fogo contra as casas e dezenas de jovens ficaram feridos», relatou. Abu Aaliya acrescentou que os moradores contactaram as forças armadas israelitas, mas que os soldados, em vez de proteger os moradores palestinos atacados, também começaram a disparar.

A Administração Civil de Israel (órgão do Ministério da Defesa sionista que governa a Cisjordânia ocupada, que se encontra sob administração militar israelita desde 1967) tinha prometido que o posto avançado de Adei Ad seria evacuado, declararam moradores de Al-Mughayyir ao  Haaretz. Como isso não aconteceu, começaram a realizar manifestações todas as sextas-feiras para defender as suas terras.

Hamdi Taleb Na’san, o palestino assassinado pelos colonos, era um ex-preso político que esteve oito anos encarcerado por Israel. Deixa órfãos quatro filhos, o mais novo dos quais com menos de um ano.

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