Conselho Central da OLP decide suspender o reconhecimento de Israel
O Conselho Central Palestino decidiu hoje acabar com os compromissos da OLP e da Autoridade Palestina relativos aos acordos com Israel, e em primeiro lugar suspender o reconhecimento do Estado de Israel («a potência ocupante») até que este reconheça o Estado da Palestina nas fronteiras 4 de Junho de 1967 com Jerusalém Oriental como sua capital.
Ao cabo de dois dias de reunião em Ramala, na Cisjordânia ocupada, o CCP, a segunda mais alta instância da OLP, decidiu ainda terminar a coordenação de segurança com Israel e pôr fim aos Protocolos Económicos de Paris, uma vez que a fase de transição prevista nos Acordos de Oslo já não existe.
O presidente da OLP e da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, e o Comité Executivo da OLP foram encarregados de aplicar estas decisões.
O CCP criticou explicitamente o chamado «acordo do século» da administração estado-unidense, acusando os Estados Unidos de se aliarem à ocupação israelita e de serem «parte do problema e não parte da solução».
Por outro lado, o órgão dirigente da OLP responsabilizou o Hamas, que controla a Faixa de Gaza, por não aplicar os acordos assinados com a Fatah ao longo dos anos, o último dos quais em Outubro de 2017. Ao mesmo tempo, rejeitou os «projectos suspeitos» destinados a separar a Faixa de Gaza da Cisjordânia, classificando-os como parte do «acordo do século» e afirmando que a «calma com Israel» é da responsabilidade da OLP, como único representante legítimo do povo palestino, e não dos diversos movimentos.
O CCP sublinhou o «direito à resistência por todos os meios», de acordo com o direito internacional.
Contrariando a pressão de Washington e de Israel, o Conselho Central reafirmou a decisão de prosseguir a assistência financeira às famílias dos presos e dos mortos pela ocupação, o que foi classificado de «linha vermelha» por Mahmoud Abbas no seu discurso de abertura.
Decidiram não participar nesta reunião do Conselho Central Palestino a FPLP (Frente Popular para a Libertação da Palestina) e a FDLP (Frente Democrática para a Libertação da Palestina).