Palmela solidária com a Palestina, saúda libertação de Ahed Tamimi

A Câmara Municipal de Palmela, na sua reunião do passado dia 22 de Agosto, aprovou por unanimidade de congratulação pela libertação da jovem Ahed Tamimi, presa desde 19 de Dezembro de 2017 nas cadeias de Isral.
O MPPM felicita a Câmara Municipal de Palmela por mais esta tomada de posição solidária, que vem somar-se às muitas demonstrações da solidariedade deste município com a causa do povo palestino.
É o seguinte o texto integral da moção:
 
Saudação
(Libertação de Ahed Tamimi)
No dia 29 de julho, a jovem palestina Ahed Tamimi foi libertada da prisão israelita de Sharon, 21 dias antes de cumprir a pena de oito meses a que fora condenada. Acompanhada pela mãe, Nariman, igualmente condenada a oito meses de encarceramento, Ahed Tamimi foi recebida com entusiasmo pelas/os suas/seus conterrâneas/os, para quem se tornou, já, um símbolo da luta pela liberdade. Também os média internacionais acompanharam o momento, que a jovem aproveitou para dar visibilidade à causa, sublinhando que a «resistência continua até que a ocupação termine». Em vez de ódio ou vingança, Tamimi divulgou uma mensagem de esperança e justiça, revelando que, durante os meses de prisão, decidiu estudar direito para poder levar a outros patamares a luta pela libertação do seu país e defender quem é injustamente detido.
A família Tamimi congratula-se com a libertação de Ahed, condenada por pontapear e esbofetear, no seu quintal, dois soldados israelitas, armados e com equipamento protetor (minutos antes, um primo de 14 anos havia sido baleado com uma bala de borracha e entrara em coma), e da mãe, acusada de incitar à violência por ter filmado e divulgado o vídeo, mas continua a temer pela vida do irmão de Ahed, Wa’ed, com 22 anos, conhecido ativista contra a ocupação, que continua preso enquanto aguarda sentença.
O Município de Palmela tem acompanhado a situação e desenvolvido ações, no sentido da sensibilização, solidariedade e apelo à Paz. A 10 de janeiro de 2018, foi aprovada uma moção pela libertação de Ahed Tamimi e, no âmbito do “Março a Partir”, foi promovido, a 15 de março, um programa com as/os jovens do concelho, que incluiu, entre outras iniciativas, uma exposição sobre a Herança Cultural da Palestina, uma intervenção artística e a assinatura de uma petição pública pela libertação da jovem palestina.
Continua a ser urgente atuar contra a violação dos direitos humanos das centenas de crianças e adolescentes palestinas/os, aprisionadas/os em cárceres israelitas, a maior parte sem haver cometido crime punível por lei e sem direito a uma defesa justa. De acordo com a Aministia Internacional, «Israel lança mão de tribunais militares arbitrários para punir quem ouse confrontar a ocupação e as políticas de expansão dos colonatos ilegais, independentemente da idade» e as crianças presas «continuam a enfrentar os abusos e as difíceis condições do sistema prisional de Israel, que faz vista grossa aos princípios de justiça juvenil e aos padrões de tratamento que é devido aos presos».
Diariamente, chegam-nos notícias cruéis de morte e miséria de um território sitiado e que, lentamente, definha perante o olhar envergonhado, mas imóvel, de grande parte da comunidade internacional. Em simultâneo, ações insensatas dos Estados Unidos da América, sob administração Trump, incentivam a política de Israel e enfraquecem a posição das Nações Unidas. Neste contexto, Israel aprovou, em julho, uma nova lei que define o país como um Estado exclusivamente judeu, estabelece a «totalidade unificada de Jerusalém» como capital e diminui a importância da língua árabe, que deixa de ser oficial. Com esta medida, abrem-se as portas a um regime legal de segregação, que promove a superioridade étnica e religiosa da população judaica sobre as minorias.
Mais do que apartheid, a teoria de genocídio do povo palestino toma contornos cada vez mais nítidos: dados das Nações Unidas confirmam que, desde 30 de março deste ano, em resultado de confrontos na Faixa de Gaza, morreram 172 palestinas/os e ficaram feridas/os mais de 17 mil, enquanto em Israel, há registo de um morto e de 20 feridas/os.
Reunida na Biblioteca Municipal de Palmela a 22 de agosto de 2018, a Câmara Municipal de Palmela saúda a libertação de Ahed Tamimi, símbolo de resistência e esperança do povo palestino, e mantém a sua posição de sensibilização e apoio para a causa palestina pelos meios ao seu alcance, exigindo, uma vez mais, o cumprimento das consecutivas resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas, pelo fim da ocupação ilegal dos territórios palestinos por Israel e o respeito pelos seus legítimos direitos.
Propõe-se dar conhecimento da presente saudação às seguintes entidades:
— Missão Permanente de Portugal junto das Nações Unidas
— Presidente da República
— Primeiro-Ministro
— Ministro dos Negócios Estrangeiros
— Grupos Parlamentares da Assembleia da República
— Grupo Parlamentar de Amizade Portugal-Palestina
— Presidente da Assembleia Municipal de Palmela
— Presidentes das Juntas de Freguesia e União de Freguesias do Concelho
— Embaixada de Israel
— Missão Diplomática da Palestina
— Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente
— Conselho Português para a Paz e Cooperação
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