O massacre continua: 10 mortos, mais de 1300 feridos

Na manhã de hoje, sábado, morreram dois palestinos, incluindo um fotojornalista, devido aos ferimentos sofridos durante os protestos de sexta-feira na Faixa de Gaza cercada, elevando assim para 10 o número de palestinos mortos por forças israelita.
O fotojornalista Yaser Murtaja, que foi baleado no peito quando cobria uma manifestação a leste da cidade de Gaza, embora vestisse um colete marcado com a palavra «Press», sucumbiu aos ferimentos esta manhã.
Foi a segunda sexta-feira consecutiva dos protestos em massa conhecida como a «Grande Marcha do Retorno", contando com a participação de dezenas de milhares de pessoas.
De acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, registaram-se 1354 feridos, 491 dos quais por balas. Trinta e três dos feridos por tiros estão em estado crítico.
Também ocorreram protestos na Cisjordânia, tendo o Ministério da Saúde em Ramala informado que dois palestinos foram feridos por balas de borracha disparadas pelas forças israelitas. Um dos feridos foi baleado na cabeça, enquanto o segundo sofreu um tiro numa perna.
O Sindicato dos Jornalistas Palestinos informou que outros quatro jornalistas foram feridos a tiro na sexta-feira.
O presidente palestino, Mahmoud Abbas, divulgou hoje um comunicado em que condena o «assassínio e opressão» de Israel sobre palestinos que participavam de manifestações não violentas na Faixa de Gaza. Abbas pediu ao embaixador da Palestina na ONU e aos representantes palestinos na Liga Árabe e na União Europeia que exortem a comunidade internacional a «impedir o crime de Israel e a matança de manifestantes desarmados».
Os protestos pacíficos da Grande Marcha do Retorno começaram de modo a coincidir com o 42.º aniversário do Dia da Terra, que evoca o dia em que forças israelitas mataram 6 palestinos cidadãos de Israel durante protestos contra o confisco de terras, em 1976.
A Grande Marcha do Retorno deve continuar até 15 de Maio, que marca o 70.º aniversário da Nakba (catástrofe), um processo de limpeza étnica que precedeu e se seguiu à criação de Israel, em 1948. Esta limpeza étnica resultou em mais de 750 000 palestinos expulsos das suas casas e terras, e cujos descendentes são agora milhões de refugiados que vivem em países estrangeiros ou nos territórios palestinos ocupados.

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