Fogo israelita sobre protestos de Gaza causa ferimentos sem precedentes desde a guerra de 2014

A repressão israelita sobre as manifestações da Grande Marcha do Retorno, na Faixa de Gaza cercada, tem sido de uma violência extrema. Os ferimentos por fogo real infligidos a mais de 1700 palestinos no mês passado foram invulgarmente graves, afirmam médicos palestinos e estrangeiros citados por Amira Hass num artigo do diário israelita Haaretz.
Os soldados israelitas mataram 40 palestinos (número fornecido a 23 de Abril pelo Ministério da Saúde de Gaza) e feriram cerca de 5000, 36% dos quais por balas reais, desde 30 de Março, dia do início das manifestações exigindo o direito do retorno às suas casas e terras dos refugiados causados pela limpeza étnica levada a cabo por Israel, 
Médicos do Hospital Shifa de Gaza, citados pela organização Medical Aid for Palestine, com sede em Londres, afirmaram que não viam ferimentos tão graves desde a «Operação Margem Protectora», a guerra lançada por Israel contra a população de Gaza em 2014. 
Por seu lado, a organização Médicos Sem Fronteiras fala de «ferimentos devastadores de uma gravidade incomum». Um relatório de 19 de Abril da organização refere que «as lesões incluem um nível extremo de destruição de ossos e tecidos moles e grandes ferimentos de saída que podem atingir o tamanho de um punho».
A Organização Mundial de Saúde assinala que a falta de medicamentos e material médico não reutilizável está a prejudicar a prestação de cuidados adequados. Por outro lado, a OMS afirma que 48 profissionais de saúde foram feridos por fogo israelita, pelo menos três dos quais por balas reais, enquanto tentavam evacuar os feridos e que 13 ambulâncias foram atingidas por balas ou granadas de gás lacrimogéneo.
Entre 30 de Março e 19 de Abril, 1539 habitantes de Gaza tinham sido feridos por balas reais e cerca de 500 por balas com ponta de esponja, segundo dados do Ministério da Saúde da Palestina. Logo na sexta-feira, 20 de Abril, mais 729 palestinos foram feridos por balas ou equipamentos de controlo de tumulto israelitas, dos quais 305 precisaram de tratamento hospitalar. Desde 30 de Março, 500 menores foram feridos por fogo israelita.
 
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