Netanyahu elogia tropas israelitas após massacre de 17 palestinos. Dezenas de feridos em segundo dia do protesto

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, elogiou as forças repressivas de Israel após o assassínio de 17 palestinos na Faixa de Gaza, a maior matança desde a guerra de agressão contra este território palestino em 2014.
«Parabéns aos nossos soldados», disse Netanyahu. Numa declaração publicada hoje, sábado 31 de Março, agradeceu às suas tropas por «guardarem as fronteiras do país».
Ontem, além dos 17 mortos, mais de 1500 pessoas ficaram feridas, segundo o Ministério da Saúde da Palestina. As forças israelitas dispararam balas reais e balas de aço revestidas de borracha e usaram gás lacrimogéneo contra os manifestantes.
O grupo palestino de direitos humanos Adalah afirmou que o exército israelita assumiu «acidentalmente» a responsabilidade pelos ataques aos manifestantes palestinos num post de sua página oficial no Twitter, posteriormente apagado. «Ontem vimos 30.000 pessoas; chegámos preparados e com reforços precisos. Nada foi realizado sem controlo; tudo foi preciso e medido, e sabemos onde cada bala acertou», dizia o post.
Hoje, sábado, mais cerca de 70 pessoas foram feridas pelos soldados israelitas durante as manifestações que prosseguiram junto à fronteira de Gaza com Israel.
As manifestações inserem-se numa acção de protesto pacífica intitulada «Grande Marcha do Regresso». Com início simbolicamente ligado ao Dia da Terra, 30 de Março, o protesto deve estender-se até 15 de Maio, o dia que os palestinos designam por Dia da «Nakba», a «Catástrofe», que assinala a limpeza étnica de mais de 700.000 palestinos por Israel em 1948. O tema central deste protesto é a afirmação da ligação dos palestinos à sua terra e a reclamação do direito de regresso dos refugiados aos seus lares, tal como prescreve a resolução 194 das Nações Unidas.
Milhares de pessoas marcharam hoje pelas ruas de Gaza nos funerais de 15 pessoas mortas por tiros israelitas na sexta-feira (duas foram enterradas na própria sexta-feira), e um dia nacional de luto foi observado no enclave e na Cisjordânia ocupada.
Por outro lado, Nabil Abu Rudeineh, porta-voz do presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, criticou hoje os Estados Unidos por na reunião de ontem do Conselho de Segurança dos Estados Unidos terem obstruído a condenação de Israel pelos 17 palestinos mortos e 1500 feridos. As objecções dos EUA, afirmou, constituem uma cobertura para Israel continuar a sua agressão contra o povo palestino e um encorajamento para continuar a violar as resoluções da ONU que visam acabar com a ocupação.
 
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