Israel quer construir estação de comboio «Donald Trump» em Jerusalém Oriental ocupada

O ministro dos Transportes israelita anunciou que planeia dar a uma estação de comboio perto do Muro Ocidental ou das Lamentações (que os muçulmanos designam por Muro de Al-Buraq), em Jerusalém Oriental ocupada, o nome de estação «Donald John Trump».
A estação, que se encontra ainda em fase de projecto, seria parte de uma linha ferroviária de alta velocidade entre Tel Aviv e Jerusalém, com duas estações subterrâneas e um túnel de mais de 3 km por baixo da Cidade Velha, em Jerusalém Oriental, que o direito internacional considera território ocupado.
Além disso, a linha, para uso exclusivo de cidadãos israelitas, teria um lanço de 6 km no território palestino ocupado da Margem Ocidental.
«O Kotel [Muro das Lamentações ou Muro Ocidental] é o lugar mais sagrado para o povo judeu, e decidi dar à estação que a ele conduz o nome do presidente estado-unidense Donald Trump, em reconhecimento da sua corajosa e histórica decisão de reconhecer Jerusalém como capital de Israel», declarou Yisrael Katz na passada terça-feira, 26 de Dezembro.
A decisão unilateral e ilegal dos EUA de reconhecer Jerusalém como capital de Israel foi unanimente condenada pelos palestinos, mas também pela generalidade da comunidade internacional. No passado dia 21 de Dezembro, a Assembleia Geral da ONU aprovou por 128 votos contra 9 (incluindo os EUA e Israel), com 35 abstenções, uma resolução rejeitando a decisão dos Estados Unidos de reconhecer Jerusalém como capital de Israel e os planos para transferir para esta cidade a sua embaixada.
Assim, é expectável que a estação «Trump» venha a enfrentar a oposição da comunidade internacional, que não reconhece a soberania israelita sobre Jerusalém Oriental, ocupada por Israel em 1967 e posteriormente anexada.
Os palestinos reclamam Jerusalém Oriental como capital de uma futura Palestina independente, de que a cidade constitui o coração político, económico, cultural e afectivo.
 
Print Friendly, PDF & Email
Share