Israel proíbe entrada a sete parlamentares e autarcas franceses
O ministério israelita da Segurança Interna anunciou ontem, 13 de Novembro, que vai proibir a entrada no seu território a sete parlamentares e autarcas franceses.
A razão invocada é que são partidários do movimento internacional Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS), que se opõe à política de colonização, repressão e discriminação praticada por Israel contra o povo palestino.
O grupo impedido de entrar inclui os deputados Pierre Laurent (secretário nacional do PCF) e Clémentine Autain (La France Insoumise), os deputados europeus Pascal Durand (Verdes/Aliança Livre Europeia) e Patrick Le Hyaric (PCF), e ainda quatro presidentes de câmaras municipais.
Fazem parte de uma delegação de vinte deputados e autarcas franceses que queriam deslocar-se a Israel e aos territórios palestinos ocupados entre 18 e 23 de Novembro, visando «alertar para a situação de quase 6000 presos políticos palestinos».
Alguns membros deste grupo tinham anunciado a intenção de se encontrar com Marwan Barghouti, dirigente do movimento Fatah encarcerado em Israel há quinze anos, condenado a várias penas de prisão perpétua pela sua participação na segunda intifada, e também com o advogado franco-palestino Salah Hamouri, que se encontra em detenção administrativa desde 23 de Agosto.
Segundo uma fonte do Ministério israelita da Segurança Interna, «trata-se dos elementos mais provocadores», e «a decisão de rejeitar estes sete eleitos foi tomada após um inquérito rápido do Ministério dos Assuntos Estratégicos».
Em Março de 2016, o ministro dos Assuntos Estratégicos, Gilad Erdan, declarou a um grupo de diplomatas ocidentais que o BDS era «uma ameaça para todos aqueles que se preocupam com a democracia, os direitos humanos e uma paz israelo-palestina viável». Em Agosto de 2016, os ministérios israelitas do Interior e da Segurança Pública criaram um grupo conjunto para detectar activistas estrangeiros do BDS que desejem entrar em Israel. Em Março de 2017, o Knesset (parlamento) aprovou uma lei que proíbe a concessão de visto ou de autorização de residência a qualquer estrangeiro que defenda sanções ou boicote contra Israel ou seus colonatos na Margem Ocidental.
De um modo geral, Israel tem vindo a adoptar medidas cada vez mais duras contra as vozes críticas no estrangeiro, e também contra organizações israelitas que se opõem à política de colonização e repressão dos palestinos. Ainda assim, é inédita uma medida desta natureza contra parlamentares de um país da União Europeia, com a qual Israel tem um acordo de associação.
Terça, 14 Novembro, 2017 - 00:00