Proposta para proibir os israelitas não judeus de serem eleitos para o Knesset

A coligação governamental israelita pode vir a apresentar um projecto de lei que impede os não judeus de serem eleitos para o Knesset (parlamento). Segundo a agência palestina Quds Press, o projecto impediria a intervenção do Supremo Tribunal de Israel nas decisões tomadas pela Comissão Eleitoral Central, passando esta a ter a responsabilidade exclusiva de bloquear candidatos não judeus.
O projecto foi apresentado pelo deputado Oded Forer, do partido de extrema-direita Lar Judaico, que faz parte da coligação governamental. Forer justificou a sua proposta afirmando: «O Knesset tornou-se um lugar onde os terroristas e seus apoiantes podem estar sem medo.»
Trata-se de uma referência aos deputados da Lista Conjunta, uma coligação de partidos palestinos e da esquerda não sionista em Israel. A Lista Conjunta é o terceiro maior grupo parlamentar no Knesset, e a maioria dos seus 13 deputados são palestinos cidadãos de Israel.
Pelo menos 20 % da população de Israel é constituída por palestinos, muçulmanos, cristãos e druzos: são os palestinos, e seus descendentes, que os sionistas e depois o Estado israelita não conseguiram expulsar do seu território em 1948.
A ser convertido em lei, este projecto confirmaria mais uma vez que Israel é um Estado de apartheid: os únicos cidadãos que gozam de plenos direitos são os judeus, enquanto os outros cidadãos se encontram submetidos a uma discriminação de base religiosa. Além disso, pela chamada «Lei do Regresso», pode ser cidadão de Israel qualquer judeu de qualquer parte do mundo, mesmo sem qualquer ligação ao país, ao passo que aos refugiados palestinos expulsos em 1948 e 1967, e seus descendentes, é negado o direito, embora reconhecido pela ONU, de regressar à sua terra natal.
 
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