EUA e Israel retiram-se da UNESCO, que acusam de ser «anti-israelita»

Os Estados Unidos e Israel anunciaram no passado dia 14 de Outubro que se vão retirar da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) por ela ser «tendenciosa contra Israel».
Os EUA fizeram o anúncio primeiro, tendo a administração Trump notificado oficialmente a organização de que se vai retirar o seu estatuto de membro, mantendo, no entanto, uma missão de observação. Pouco depois, o primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu declarou que ia seguir a atitude dos EUA, a que chamou «uma decisão corajosa e moral». Em resposta à decisão dos Estados Unidos, a directora-geral da UNESCO, Irina Bokova, divulgou um comunicado expressando o seu «profundo pesar» e afirmando: «Num momento em que os conflitos continuam a dividir as sociedades em todo o mundo, é profundamente lamentável que os Estados Unidos se retirem da agência das Nações Unidas que promove a educação para a paz e protege a cultura sob ataque.»
A relação de Israel e dos EUA com a UNESCO é tensa desde há anos. Os EUA deixaram de pagar as suas quotas à organização em 2011, quando foi aprovada a admissão da Palestina na UNESCO como membro de pleno direito.
Em Julho deste ano, Israel decidiu reter mais 1 milhão de dólares das suas quotas à UNESCO, após a organização aprovar a inscrição da Cidade Velha de Hebron e da Mesquita de Ibrahimi de Hebron, na Margem Ocidental ocupada, na lista do Património Mundial em Perigo.
Israel e a administração de Trump têm criticado a ONU pela sua «condenação injusta» de Israel. Na realidade, Israel tem antes beneficiado na cena internacional de uma extrema complacência relativamente às suas violações reiteradas e sistemáticas do direito internacional, designadamente o reconhecimento ao povo palestino do direito a um Estado independente.
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Autoridade Palestina, Riyad Malki, considerou que os EUA «confundem deliberadamente a crítica a Israel, a potência ocupante, pelas suas documentadas violações dos regulamentos e princípios do direito internacional, com hostilidade e preconceito». A Palestina, acrescentou, «não vai pedir desculpas nem receia assumir as suas responsabilidades para com os interesses de seu povo e as suas responsabilidades nacionais e internacionais».
 
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