Fogo israelita mata 4 palestinos e fere mais de 600 durante manifestações em Gaza

Realizaram-se hoje manifestações de massas pela 11.ª sexta-feira consecutiva, como parte da Grande Marcha do Retorno, ao longo da vedação construída por Israel para isolar a Faixa de Gaza. 
Segundo o Ministério da Saúde em Gaza  (dados das 20h locais) as forças israelitas mataram quatro palestinos, incluindo um rapaz de 15 anos, e feriram 618 manifestantes.
O número das vítimas de hoje é o maior desde as manifestações de 14 de Maio, em que mais de 60 palestinos foram mortos e 2000 feridos pelas forças do regime sionista, o maior número de vítimas na Faixa de Gaza num único dia desde a agressão israelita de 2014contra o pequeno enclave palestino. 
Entre os feridos de hoje contam-se cinco jornalistas, incluindo o fotógrafo Mohammed Abed al-Baba, da Agence France-Presse, atingido a tiro apesar de claramente identificado com um colete e capacete de imprensa . 
Entre 20 000 e 30 000 pessoas participaram hoje nos protestos nos cinco acampamentos localizados a cerca de 600-700 metros da vedação, o maior número desde 14 de Maio. Como nas semanas anteriores, centenas de manifestantes marcharam dos acampamentos até a vedação, queimaram pneus e atiraram pedras e outros objetos contra as forças israelitas, além de lançarem papagaios de papel e balões de gás carregados com materiais inflamáveis, que nas últimas semanas causaram incêndios em terras agrícolas no Sul de Israel.
Entre as vítimas palestinas contam-se numerosos agentes de saúde: de 30 de Março a 3 de Junho, 321 agentes de saúde e 41 ambulâncias foram afectados, dos quais 23 foram atingidos por balas reais, causando duas mortes, incluindo a jovem paramédica Razan al-Najjar, de 21 anos, atingida a tiro no dia 2 de Junho quando socorria vítimas da repressão israelita.
Desde 30 de Março, data do início da Grande Marcha do Retorno, 131 palestinos foram mortos e 13 900 foram feridos pela repressão dos protestos desarmados, segundo dados hoje publicados pelo Escritório das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA). 
Do lado israelita registaram-se quatro feridos e nunhum morto.
Nos últimos dois meses e meio, os habitantes da Faixa de Gaza, 70% dos quais são refugiados ou seus descendentes, realizaram manifestações ao longo da vedação do perímetro para exigir o fim do bloqueio que Israel impõe ao território desde há mais de uma década e igualmente o direito ao retorno dos refugiados. No processo de limpeza étnica que acompanhou a criação do novo Estado de Israel, em 1948, as forças sionistas expulsaram 750 000 palestinos dos seus lares na Palestina histórica.
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