Más notícias para o Médio Oriente no discurso de Trump na Arábia Saudita

Na Arábia Saudita, primeira escala da sua primeira visita ao estrangeiro, o presidente estado-unidense, Donald Trump, trouxe más notícias para os povos do Médio Oriente e a paz na região.
É eloquente a própria escolha do país: a petromonarquia saudita é um dos regimes mais reaccionários e intolerantes do mundo, campeão do desrespeito pelos direitos humanos (nomeadamente das mulheres), conduz uma guerra de agressão contra o povo iemenita e organiza e financia, nomeadamente contra a República Árabe Síria, organizações que os Estados Unidos afirmam combater na chamada «guerra contra o terrorismo Estados Unidos 110 mil milhões de dólares de armamentos, que sobretudo servirão para desempenhar o seu papel de polícia dos interesses imperiais nesta região.
No seu discurso, Donald Trump descreveu acertadamente a importância estratégica de dominar o Médio Oriente: «Toda a região está no centro das rotas de navegação-chave do Canal de Suez, do Mar Vermelho e do Estreito de Ormuz.» Ou seja, o Médio Oriente é o centro nevrálgico das rotas energéticas do planeta.
Ao discursar hoje em Riade, Trump cobriu de elogios o regime saudita. O que se compreende, nomeadamente porque a Arábia Saudita acabava de comprar aos
Daí decorre a real linha política dos Estados Unidos na região e a escolha dos seus aliados e inimigos, cujo confronto Trump descreveu como uma luta entre o bem e o mal. O «bem» seria representado pela Arábia Saudita e as petromomarquias reaccionárias do Golfo, destinadas a encabeçar uma coligação para «acabar com o extremismo».
No pólo do «mal» estariam as forças do «terrorismo», em primeiro lugar o Irão. Mas também forças islâmicas com papel de relevo na resistência aos desígnios imperiais e à ocupação e agressão sionista, como o Hezbollah e o Hamas. Que, em manobra nada inocente, são referidos conjuntamente com o ISIS (Daech) e a Al Qaeda, essas sim, verdadeiras organizações terroristas muito activas nomeadamente no Iraque e na Síria — que beneficiam do apoio pouco oculto da Arábia Saudita e de outros aliados dos EUA.
Quanto à próxima etapa da viagem do presidente estado-unidense, a Israel e à Palestina, cuja independência continua por reconhecer e que continua a sofrer a ocupação e opressão de Israel, Trump nada disse além de piedosos votos de bom entendimento entre as três religiões abrâmicas. Música celestial para os ouvidos israelitas.
Trump diz que «a América procura a paz, não a guerra». Infelizmente, o que a realidade mostra é que prossegue no fundamental a política intervencionista dos EUA na região (de que são triste exemplo as invasões do Iraque e da Líbia, e antes do Afeganistão, e a actual intervenção na Síria, com o seu cortejo de morte e destruição); e prossegue também a linha de designar como inimigo a abater aqueles países e organizações que lhe resistem.
Más notícias para a paz no Médio Oriente.
 
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