EUA congelam ajuda financeira à Autoridade Palestina
Os Estados Unidos congelaram completamente a sua assistência civil à Autoridade Palestina, segundo o site noticioso israelita Walla.
A ajuda foi suspensa ao abrigo da «Lei Taylor Force» (do nome de um cidadão estado-unidense morto em Israel em 2016 por um palestino da Cisjordânia), aprovada em Março pelo Congresso dos Estados Unidos. A lei visa obrigar a Autoridade Palestina a deixar de pagar subsídios mensais aos presos palestinos nas prisões israelitas e às famílias de palestinos mortos e feridos por Israel.
Na sociedade palestina, a Organização de Libertação da Palestina (OLP) tem a responsabilidade de fornecer assistência financeira às famílias dos que foram mortos, feridos ou presos pelas forças israelitas.
Washington tem quatro condições que deverão ser cumpridas antes de a assistência poder ser retomada: parar os pagamentos aos presos e famílias de palestinos mortos por Israel; revogar as leis que garantem o pagamento desses salários; tomar medidas «credíveis» para combater o «terror»; condenar o «terror e violência palestinos».
Os EUA têm sido o maior patrocinador financeiro da Autoridade Palestina. O Departamento de Estado dos EUA tinha pedido ao Tesouro cerca de 215 milhões de dólares por ano para projectos palestinos em 2018 e 2019.
Esta medida vem somar-se à decisão de Trump, em Janeiro, de reduzir drasticamente o financiamento à UNRWA (a agência das Nações Unidas de assistência aos refugiados palestinos no Próximo Oriente). A UNRWA presta assistência humanitária de peimeira necessidade a dois milhões de refugiados palestinos nos territórios ocupados, sobretudo em Gaza.
As pressões financeiras constituem uma intolerável forma de chantagem dos EUA, com a cumplicidade de alguns países árabes, para obrigar os palestinos a aceitarem o chamado «acordo do século», que se traduziria numa perpetuação e agravamento da ocupação e da colonização israelitas e numa renúncia aos legítimos direitos nacionais do povo palestino.