1500 presos palestinos no terceiro dia de greve da fome
Cerca de 1500 presos palestinos entraram hoje no terceiro dia da greve da fome «Liberdade e Dignidade». Os presos exigem que as autoridades prisionais israelitas lhes concedam direitos básicos como visitas regulares, reclamando também o fim da negligência médica, do isolamento, da detenção administrativa, entre uma longa lista de outras exigências apresentadas pelo movimento Fatah e por Marwan Barghouthi, um seu dirigente preso desde 2002. A greve começou no Dia dos Presos Palestinos, 17 de Abril.
Convocada por presos filiados na Fatah, posteriormente comprometeram-se a realizar a greve da fome presos palestinos de todo o espectro político, incluindo a FPLP, que inicialmente tinha expresso reservas.
Entretanto, o dirigente do Comité Palestino de Assuntos dos Presos, Issa Qaraqe, exortou o secretário-geral das Nações Unidas a realizar uma reunião de emergência da Assembleia Geral da ONU para discutir «as condições crescentemente perigosas» nos centros de detenção e prisões israelitas.
O comité informou hoje que as mulheres palestinas na prisão israelita de Hasharon, onde estão encarceradas 58 mulheres, lançaram medidas de protesto em solidariedade com os grevistas de fome.
Os Serviços Prisionais de Israel (IPS) puniram centenas de grevistas da fome, nomeadamente suspendendo os direitos de visita e impedindo os advogados de visitar alguns grevistas de fome. Os IPS também colocaram em isolamento vários grevistas da fome, incluindo Marwan Barghouthi.
Desde que a greve da fome começou, as autoridades israelitas criaram hospitais de campanha para presos palestinos. A medida causou alarme, já que indicia que os grevistas da fome poderão vir a ser sujeitos a alimentação forçada, em violação das normas internacionais de ética médica e do direito internacional, que consideram esta prática desumana ou até mesmo uma forma de tortura. Os médicos dos hospitais civis israelitas têm-se recusado até agora a proceder à alimentação forçada de grevistas da fome palestinos, apesar de o Supremo Tribunal de Israel ter decidido recentemente que a alimentação forçada era constitucional.
Milhares de palestinos manifestaram-se no dia 17 em todo o território palestino ocupado para assinalar o Dia dos Presos Palestinos. As forças israelitas reprimiram nomeadamente uma manifestação na cidade de Belém, na Margem Ocidental ocupada, e detiveram quatro jovens palestinos numa outra manifestação na zona de Ramala, igualmente na Margem Ocidental ocupada.
As autoridades israelitas detiveram cerca de um milhão de palestinos desde a criação do Estado de Israel, em 1948, e da subsequente ocupação da Margem Ocidental, Jerusalém Oriental e Faixa de Gaza em 1967, afirma-se num comunicado conjunto divulgado no sábado por organizações palestinas.
Quarta, 19 Abril, 2017 - 00:00