Dois palestinos mortos, centenas de feridos pelas forças israelitas em jornada de protesto na Faixa de Gaza

Dois palestinos foram mortos e 307 foram feridos esta sexta-feira pelas forças armadas israelitas perto da vedação com que Israel isola a Faixa de Gaza, segundo informações do Ministério da Saúde de Gaza.
Os dois mortos palestinos, vítimas de balas reais, são o paramédico voluntário Abdullah Al-Qatati, de 26 anos, e Saeed Aloul, de 55 anos. Em Junho, uma outra paramédica voluntária, a jovem Razan al-Najjar, foi morta a tiro enquanto tratava palestinos feridos pelas forças israelitas. 
Dos feridos, 131 foram levados para os hospitais, tendo 85 sido feridos por fogo real. Cinco estão atualmente em estado grave. Entre os feridos também se encontram mais cinco paramédicos e dois repórteres.
Milhares de manifestantes reuniram-se por volta das 14h00 em cinco locais ao longo da vedação, na 20.ª semana consecutiva dos protestos da Grande Marcha do Retorno. Os protestos de hoje ocorreram após dois dias de aéreos e de artilharia israelitas contra o enclave palestino sitiado, a que forças da resistência palestina responderam com o lançamento de rockets contra Israel. Na noite passada o Hamas, que governa a Faixa de Gaza, e Israel chegaram a um acordo de cessar fogo, mediado pelo Egipto.
Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, subiu para 159 o número de palestinos mortos (o número de feridos já ultrapassa os 17.500) pela repressão israelita na fronteira desde Março, quando começaram os protestos semanais da Grande Marcha do Retorno, que reclama o fim do bloqueio israelita da Faixa de Gaza, que dura há 12 anos, e o direito de retorno às suas terrasdos refugiados expulsos daquilo que hoje é Israel, durante a campanha de limpeza étnica que acompanhou a criação do Estado sionista. Três quartos dos habitantes da Faixa de Gaza são refugiados.
Israel tem intensificado nos últimos tempos as medidas de bloqueio, numa gigantesca punição colectiva pelo prosseguimento da Grande Marcha do Retorno. A situação humanitária na Faixa de Gaza é catastrófica, agravada ainda pelo corte de fornecimento de combustíveis posto em prática por Israel nos últimos dias, com consequências particularmente dramáticas nos hospitais e no saneamento básico.
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