Violenta escalada da agressão israelita contra Gaza

Nas últimas 24 horas as forças israelitas agudizaram a sua agressão contra a Faixa de Gaza cercada.
Segundo fontes militares israelitas, as forças armadas do Estado sionista atingiram 150 locais no território costeiro palestino, afirmando que se tratou de alvos ligados ao Hamas.
Um dos alvos atingidos foi um edifício de cinco andares no campo de refugiados de al-Shati, na cidade de Gaza. Ficaram feridos 18 palestinos. Israel alegou que o prédio era usado pelas forças de segurança interna do Hamas, mas na realidade o prédio abrigava o Centro Cultural al-Meshaal e também uma biblioteca e serviços destinados às mulheres egípcias rsidentes em Gaza.
Pelo menos três palestinos, incluindo uma mulher grávida e o seu filho de 18 meses, foram mortos pelos ataques aéreos e de artilharia israelitas.
A escalada iniciou-se na passada terça-feira, quando dois militares das Brigadas Ezzedine al-Qassam (ramo armado do movimeto Hamas) foram mortos por tiros de tanque de Israel. As próprias forças israelitas reconheceram ter «interpretado mal» tiros disparados no território palestino no quadro de um exercício militar.
As forças da resistência palestina na Faixa de Gaza ripostaram a este ataque e aos que se seguiram, invocando o direito e dever de defender o seu povo. No total, entre terça-feira e a noite de hoje, terão sido disparados cerca de 200 foguetes em direcção a Israel. Um deles atingiu a cidade de Be'er Sheva, localizada a cerca de 40 quilómetros da Faixa de Gaza; foi o primeiro de tão longo alcance desde a guerra de 2014. O sistema de defesa antimísseis israelita Iron Dome (Cúpula de Ferro) terá interceptado mais de 30 dos foguetes. Do lado israelita houve uma mulher ferida e não se registaram mortos.
A agência Reuters referiu que Israel e o Hamas teriam acordado um cessar-fogo a partir das 23h45 locais de quinta-feira, o que no entanto foi desmentido por um funcionário israelita.
Esta escalada de violência ocorre num momento em que estão em curso negociações indirectas entre Israel e o Hamas, que governa a Faixa de Gaza, no sentido,segundo as informações disponíveis, de estabelecer uma trégua prolongada e aliviar o bloqueio imposto pelo Estado sionista há doze anos e recentemente intensificado.
O Egipto, um dos mediadores destas negociações, conduz paralelamente outras negociações visando alcançar um acordo entre a Fatah, que domina a Autoridade Palestina na Cisjordânia, e o Hamas, que governa Gaza. Isto após o processo de reconciliação iniciado em Outubro passado ter descarrilado completamente.
Um outro elemento, e que estaria aparentemente a avançar, são os projectos relativos à Faixa de Gaza no chamado «acordo do século» da administração Trump. Segundo as informações contraditórias que vão surgindo, visaria que os palestinos acedessem a projectos de desenvolvimento económico em troca da renúncia aos seus direitos nacionais.
Uma situação muito complexa e difícil para o povo palestino, que requer o máximo de solidariedade de todos os seus amigos.

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