Concentração frente à Embaixada de Israel contra políticas de EUA e Israel para a Palestina

Numa concentração hoje realizada frente à Embaixada de Israel, convocada pela CGTP-IN, CPPC, MDM e MPPM, condenou-se a ocupação e colonização israelitas dos territórios palestinos que dura desde 1967, nomeadamente a intensificação da construção de colonatos em que já vivem mais de 600.000 colonos; denunciou-se o reconhecimento pelos EUA de Jerusalém como capital de Israel; alertou-se para a situação dos dois milhões de palestinos em Gaza, cercada há mais de 10 anos por Israel, cuja sobrevivência está em risco; exigiu-se liberdade para os presos palestinos nas cadeias de Israel, de que a jovem Ahed Tamimi é apenas um exemplo recente do crescente número de palestinos presos, feridos e mortos por se erguerem contra a opressão e lutarem pela liberdade do seu povo; e reclamou-se uma Palestina independente, com capital em Jerusalém Oriental, e o regresso dos refugiados.
Registaram-se intervenções de Filipe Ferreira, pelo CPPC; Augusto Praça, pela CGTP-IN; Sandra Benfica, pelo MDM; e Carlos Almeida, pelo MPPM.
Carlos Almeida teve um discurso fortemente crítico da política de Israel que considera que não é um estado como os outros, e muito menos uma democracia, tendo em conta a forma como discrimina os seus cidadãos não judeus, e como espolia, agride e mata os palestinos nos territórios ocupados, manifestando total desprezo pelo direito internacional. Recordou a declaração de Churchill na sequência do assassinato do seu amigo Lord Moyne, no Cairo, por milícias sionistas: «Se os nossos sonhos para o sionismo vão acabar no fumo das pistolas dos assassinos e as nossas acções futuras vão produzir apenas um novo grupo de gângsteres dignos da Alemanha nazi, muitos como eu teremos que reconsiderar a posição que mantivemos de forma tão consistente e duradoura no passado». Carlos Almeida considerou que, apesar de ser um termo forte, gangsterismo não é suficiente para caracterizar a política de Israel, e enunciou a definição dada pela Convenção sobre a Prevenção e Punição do Crime de Genocídio: «(…) genocídio significa qualquer dos seguintes actos cometidos com a intenção de destruir, no todo ou em parte, um grupo nacional, étnico, racial ou religioso, como tal: (a) Matar membros do grupo; (b) Causar sérios danos corporais ou mentais aos membros do grupo; (c) Deliberadamente infligir ao grupo condições de vida calculadas para causar a sua destruição física total ou parcial; (d) Impor medidas destinadas a evitar nascimentos dentro do grupo; (e) Fazer a transferência forçada de crianças do grupo para outro grupo». Considerou Carlos Almeida que esta definição se aplica à política de limpeza étnica que Israel está a praticar sobre a população palestina.

Print Friendly, PDF & Email
Share