No Dia Mundial da Água, MPPM denuncia apropriação ilegal da água palestina por Israel

No dia 22 de Março, proclamado como Dia Mundial da Água pela Assembleia Geral da ONU, em 1993, o MPPM condena a apropriação por Israel da água palestina.
Nos Territórios Palestinos ocupados em 1967, o direito à água é cerceado por Israel, a potência ocupante, contrariando assim os princípios consignados pela ONU, em 2010, na sua Resolução 64/292, que reconhece que o direito à água potável e ao saneamento é um direito humano essencial para o pleno gozo da vida e de todos os direitos humanos, reforçando princípios já consignados em Pactos e Convenções que integram o Direito Internacional.
As principais fontes de água na área da Palestina histórica são o rio Jordão (que nasce nos Montes Golã, território sírio ocupado ilegalmente por Israel desde 1967), o Aquífero da Montanha e o Aquífero Costeiro. Pela força das armas, com os colonatos e com a construção do Muro, Israel apossou-se de mais de 80% da água disponível e utiliza o seu racionamento como arma para afastar a população nativa.
Em consequência de uma deliberada política usurpadora e agressiva de Israel:
Os palestinos só têm acesso a 10% da capacidade do sistema de água da Margem Ocidental;
Os palestinos pagam a sua própria água à Mekorot (empresa estatal israelita) cinco vezes mais cara que a que é consumida nos colonatos;
Israel destrói sistematicamente poços, fontes e estruturas de distribuição palestinas e impede a abertura de novas e a recuperação das deterioradas;
O consumo médio diário per capita é de 270 litros para os israelitas enquanto é de 70 para os palestinos; a OMS recomenda 100 litros mínimos para uma vida saudável e digna;
Em Gaza a situação é desesperada, pois os recorrentes bombardeamentos israelitas destruíram os sistemas de captação de águas e os de saneamento, tornando as águas captadas impróprias para consumo devido à poluição.
No Dia Mundial da Água o MPPM denuncia a actuação discriminatória e ilegal do Governo de Israel e exorta o Governo de Portugal a empregar nas instâncias internacionais os meios ao seu dispor para que seja feita justiça e o povo palestino possa utilizar, de forma negociada e equitativa, um recurso natural essencial à vida e à construção de um Estado Palestino soberano, independente e viável.
Lisboa, 22 de Março de 2017
A Direcção Nacional do MPPM

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