Período eleitoral dos EUA é «oportunidade» para anexar partes da Margem Ocidental, diz ministro israelita
Israel deve usar a agitação do período da eleição presidencial nos Estados Unidos para anexar colonatos na Margem Ocidental, afirmou em entrevistas na segunda-feira o ministro da Educação israelita, Naftali Bennett, noticia o jornal Jerusalem Post.
«Eu vejo isto como um período de oportunidade para tomar medidas no que respeita ao futuro da Judeia e Samaria» [como Israel designa os territórios palestinos da Margem Ocidental ocupados desde 1967], afirmou à Rádio Israel. Bennett disse que, independentemente de quem entre na Casa Branca, a anexação é algo que tem de acontecer.
Vão no mesmo sentido as afirmações feitas um dia antes por David Friedman, um consultor israelita de Donald Trump, em relação à plataforma do Partido Republicano: «Já não há nenhuma referência a uma solução de dois Estados. Há uma declaração afirmativa de que Israel não é um ocupante com respeito à Judeia e à Samaria.»
Naftali Bennett, que dirige o Bayit Yehudi [Lar Judaico, partido de direita, defensor dos colonatos], há muito que apela a que Israel anexe a Área C da Margem Ocidental, a parte da Palestina Ocupada que, segundo os Acordos de Oslo, se encontra sob controlo administrativo e militar de Israel.
No início deste ano, o partido Bayit Yehudi, em conjunto com o grupo Terra de Israel do Knesset, lançou uma campanha para anexar o colonato de Ma'aleh Adumim como primeiro passo no sentido de incluir unilateralmente todos os colonatos dentro das fronteiras soberanas de Israel.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, tem sido criticado pela OLP e pela Autoridade Palestina, mas também por actores internacionais como os Estados Unidos, a União Europeia, o Quarteto para o Médio Oriente e as Nações Unidas, por tomar medidas na Área C que eles consideram equivalentes a uma «anexação lenta».
Desde que, há quase 50 anos, Israel ocupou militarmente a Margem Ocidental e anexou Jerusalém Oriental — acto que não é reconhecido internacionalmente —, foram construídos na Margem Ocidental cerca de 120 colonatos, em que vivem 400.000 judeus; em Jerusalém Oriental vivem 200.000 judeus israelitas. O governo israelita anunciou recentemente novos planos para a construção de mais de 1000 novas unidades habitacionais nos colonatos, todos eles ilegais à luz do direito internacional
Quarta, 28 Setembro, 2016 - 11:24