Mahmoud Abbas na Assembleia Geral da ONU: 2017 deve marcar o fim da ocupação israelita

O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, exortou a comunidade internacional a fazer de 2017 «o ano internacional para terminar a ocupação por Israel da nossa terra e do nosso povo», no seu discurso desta quinta-feira na 71.ª sessão da Assembleia Geral das Organização das Nações Unidas.
Abbas declarou que 2017 marcará os 50 anos desde que o regime israelita realizou a sua «repugnante» ocupação dos territórios palestinos após a guerra de 1967, apelando à comunidade internacional para que faça mais para alcançar o objectivo há muito perseguido de criar um Estado palestino independente. «Não há nenhuma maneira de derrotar o terrorismo e o extremismo, nenhuma maneira de alcançar a segurança e a estabilidade na nossa região sem pôr fim à ocupação israelita da Palestina e assegurar a liberdade e a independência do povo palestino», afirmou.
Mahmoud Abbas disse que a disposição dos palestinos para participar em iniciativas de paz foi sempre ensombrada pela «mentalidade de hegemonia, expansionismo e colonização» do regime de Tel Aviv. Criticou a continuada expansão dos colonatos de Israel na Margem Ocidental ocupada. «Os colonatos são ilegais em todos os aspectos e manifestações», afirmou. A Autoridade Palestina e os seus aliados estão a exercer «todos os esforços» para conseguir que o Conselho de Segurança de ONU adopte uma resolução sobre os colonatos e o «terror dos colonos».
O presidente da Autoridade Palestina recordou que no próximo ano se completam 100 anos desde a tristemente célebre declaração Balfour, pela qual Grã-Bretanha deu, sem qualquer direito, autoridade ou acordo de quem quer que seja, a terra da Palestina a outro povo, explicando que isso abriu caminho à Nakba do povo palestino e à sua expropriação e expulsão da sua terra. A Grã-Bretanha deve assumir «as suas responsabilidades históricas, jurídicas, políticas, materiais e morais» pelas consequências desta declaração, incluindo uma desculpa aos palestinos.
«Não há nenhum conflito entre nós e a religião judaica e o seu povo. O nosso conflito é com a ocupação israelita da nossa terra», sublinhou Mahmoud Abbas.
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