Estados Unidos dão a Israel maior montante de sempre, em novo acordo de ajuda militar

Os Estados Unidos e Israel assinaram hoje, quarta-feira, um novo acordo de defesa sem precedentes que dará às forças armadas israelitas 38 mil milhões de dólares (cerca de 33,8 mil milhões de euros) em 10 anos, de 2019 a 2028.
O acordo, o maior que os EUA alguma vez concluíram com qualquer país, ascende a 3,8 mil milhões de dólares por ano, comparado com os 3,1 mil milhões que os EUA deram a Israel anualmente ao abrigo do actual acordo, que expira em 2018.
«Desde 2009, os EUA forneceram quase 24 mil milhões de dólares em ajuda militar a Israel», declarou na cerimónia Susan Rice, Conselheira de Segurança Nacional de Obama, que acrescentou: «orgulhamo-nos de nenhuma outra administração ter feito tanto para aumentar a segurança de Israel».
Jacob Nagel, Conselheiro de Segurança Nacional de Israel, que assinou em nome do Estado sionista, saudou o acordo como uma indicação da «sólida aliança» entre Israel e os Estados Unidos, e enfatizou que «Israel não tem melhor amigo, aliado estratégico mais seguro, parceiro mais importante do que os Estados Unidos da América».
O presidente Barack Obama emitiu uma declaração especial após a assinatura do acordo, sublinhando que o «compromisso com a segurança de Israel tem sido inabalável».
Num discurso pronunciado esta semana, Daniel B. Shapiro, embaixador estado-unidense em Israel, disse que os Estados Unidos investiram significativamente em muitas das defesas mais eficazes de Israel contra «ameaças terroristas», mencionando o sistema antimíssil Iron Dome (abóbada de ferro) e a entrega até ao final deste ano do primeiro avião F-35 Joint Strike Fighter.
Altos funcionários estado-unidenses afirmaram ao jornal israelita Haaretz que, em caso de emergência, como uma guerra, os Estados Unidos estariam dispostos, como fizeram no passado, a considerar aumentar o orçamento para sistemas de defesa antimíssil para além do que é prometido no acordo. Assinalaram ainda que o novo acordo foi formulado durante um período de pressões orçamentais muito difíceis nos Estados Unidos, com reduções contínuas nos orçamentos da ajuda externa. Mesmo assim, o montante dado a Israel com o novo acordo é maior, tanto em termos nominais como em termos reais.
Nos termos do novo acordo, a possibilidade de Israel gastar cerca de 40% das verbas para comprar produtos militares de fabrico israelita e combustível será gradualmente extinta, e todo o dinheiro acabará por ter de ser gasto em indústrias militares dos Estados Unidos.
O acordo foi concluído apesar das duras críticas de Netanyahu a Obama a propósito do acordo nuclear com o Irão, a que Israel se opôs ferozmente. Ao longo de meses de negociações, Israel ponderou concluir ou não um acordo com o presidente estado-unidense cessante, e Netanyahu fez circular discretamente a hipótese de esperar pelo sucessor de Obama para conseguir um acordo melhor. Mas a administração Obama revelou-se ansiosa por fechar o acordo antes de terminar o mandato, para contrariar as críticas de que sua administração apoiaria insuficientemente Israel.
 
Print Friendly, PDF & Email
Share