MPPM saúda luta heróica do povo egípcio pela liberdade e pela democracia e repudia energicamente as manobras de repressão dos seus legítimos anseios

COMUNICADO 02/2011
A Direcção Nacional do MPPM — Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente — tem acompanhado com a maior atenção a contestação que presentemente se verifica em muitos países do mundo árabe contra os regimes ditatoriais aí vigentes.
 
Consequência de décadas de miséria, desemprego, sucessivos aumentos do custo de vida, corrupção, nepotismo, enriquecimento desmesurado e ilícito das classes dirigentes, opressão e repressão, executadas em obediência aos interesses económicos e políticos das potências ocidentais, as manifestações que agora têm lugar representam o anseio das populações por uma autêntica justiça social, pelo exercício das liberdades fundamentais e pela instauração de governos democráticos.
Há muito tempo que o descontentamento popular se fazia sentir, com periódicos incidentes pontuais, mas a verdadeira revolução que eclodiu na Tunísia, e que levou à queda do presidente Ben Ali, rapidamente se propagou a outros países árabes.
Este movimento tem a sua mais alta expressão no Egipto, submetido desde há muitos anos aos interesses do imperialismo internacional. O MPPM saúda a luta heróica e determinada do povo egípcio pela liberdade e a democracia e repudia de forma enérgica a violência lançada pelo aparelho repressivo de Mubarak, com a conivência dos Estados Unidos da América e das potências europeias.  
 
A Direcção Nacional do MPPM entende que a paz no Médio Oriente é indissociável da afirmação da democracia e do respeito pelos direitos humanos em todos os países da região e, desde logo, da defesa intransigente do direito dos povos a decidirem livremente os seus destinos, livres de pressões ou interferências externas. Alinhado com a sua missão de contribuir para a defesa dos direitos do Povo Palestino e para a existência de um clima de paz no Médio Oriente, espera o MPPM que a reclamada democratização do Egipto — que tem sido um aliado privilegiado de Israel — concorra para o rápido reconhecimento do Estado da Palestina, viável independente e soberano, no cumprimento das resoluções das Nações Unidas e, em consequência disso, contribua para a criação de um clima de paz e cooperação entre todos os países do Médio Oriente e dentro de fronteiras reconhecidas e aceites internacionalmente.
 
Face à repressão dos anseios legítimos do povo egípcio e às manobras em curso promovidas pelos EUA e pelas grandes potências europeias, no sentido de desmobilizar a resistência popular e limitar o alcance das suas justas reivindicações, o MPPM apela à opinião pública no sentido de dar voz aos sentimentos de solidariedade do povo português. Ao mesmo tempo, apela aos Órgãos de Soberania portugueses, e em especial ao Governo, para que assumam uma posição clara e inequívoca de apoio à manifestação do povo egípcio e que condenem a repressão dos seus legítimos anseios.
 
Lisboa, 6 de Fevereiro de 2011
A Direcção Nacional do MPPM
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