Vozes da Terra - Solidariedade com Palestina na FLUL

O MPPM e a Associação de Estudantes da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa organizaram Semana de Solidariedade com a Palestina e pela Paz no Médio Oriente
O Dia da Terra, evocado a 30 de Março, assinala a data em que, em 1976, as forças armadas de Israel dispararam sobre palestinos que se opunham à expropriação das suas terras para construção de novos colonatos judaicos e expansão dos existentes. Seis jovens palestinos, cidadãos de Israel, foram mortos. Quase uma centena de pessoas ficaram feridas e várias centenas foram presas. Hoje, o Dia da Terra simboliza a resistência palestina à continuada expropriação de terras palestinas por Israel e à sua política de colonização, ocupação e apartheid.
Para assinalar a efeméride, o MPPM - Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente e a Associação de Estudantes da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa organizaram um conjunto de eventos - Exposição / Filmes / Debates - integrados na iniciativa "Vozes da Terra - Semana de Solidariedade com a Palestina e pela Paz no Médio Oriente" que teve lugar, entre 26 e 30 de Março, nas instalações daquela Faculdade, na Cidade Universitária de Lisboa.
Exposição "Uma Terra Sem Gente Para Gente Sem Terra"
Entre segunda 26 e sexta 30 de Março, das 10 às 20 horas, esteve aberta ao público, na Sala de Exposições, a exposição "Uma Terra Sem Gente Para Gente Sem Terra" de Nuno Coelho e Adam Kershaw.
Trata-se, na descrição de Nuno Coelho, de "uma exposição de cartazes gráficos interactivos sobre o conflito entre Israel e a Palestina. Produz um discurso visual em torno das tensões sociais da vida quotidiana nesta região onde três continentes colidem e propõe uma nova abordagem de pensamento sobre o conflito. O discurso é crítico, mas também irónico e, de uma forma descontraída, expõe a situação actual, convidando as pessoas a colorir os mapas e desenhos ao longo da exposição".
Exibição do filme "A Terra Fala Árabe"
Na segunda 26, às 18 horas, na Sala de Vídeo, foi exibido o filme "A Terra Fala Árabe" (La Terre Parle Arabe), da realizadora palestina Maryse Gargour (2007, 61 minutos).
O filme "A Terra Fala Árabe" relata, com base em citações de líderes sionistas, filmes de arquivo inéditos, recortes de jornais da época, documentos oficiais, entrevistas com historiadores e testemunhos palestinos anteriores a 1948, a história da progressiva ocupação do território da Palestina pelos judeus, com a consequente expulsão dos seus habitantes milenares. Este processo de espoliação teve a sua génese na criação do movimento sionista internacional em finais do século XIX. Este movimento político, laico e nacionalista, minoritário entre os judeus, apelava à criação de um estado judaico em qualquer parte do mundo, preferencialmente na Palestina. Mas na Palestina, nessa data, e desde há muitos séculos, "a terra fala árabe": ela é habitada pelos palestinos, o povo árabe da Palestina.
Exibição do filme "Depois do Silêncio"
Na terça 27, às 18 horas, na Sala de Vídeo, foi exibido o filme "Depois do Silêncio" (Nach der Stille), realizado por Stephanie Bürger e Jule Ott numa co-produção germano-palestina (2011).
Duas jovens realizadoras alemãs vão à Palestina onde, juntamente com Manal, um estudante palestino de Jenin, tentam descobrir o que se passou realmente no dia 31 de Março de 2002. Shadi Tobassi, um bombista suicida de Jenin, fez-se explodir no restaurante Matza, em Haifa, propriedade de um árabe, matando 15 pessoas. Entre os que morreram estava Dov Chernobroda, um arquitecto israelita que toda a vida tinha tentado promover um entendimento pacífico entre Israel e a Palestina. Oito anos depois, a sua mulher Yael pretende visitar a família do bombista suicida em Jenin...
Exibição do filme "O Coração de Jenin"
Na quarta 28, às 18 horas, na Sala de Vídeo, foi exibido o filme "O Coração de Jenin" (Das Herz von Jenin), realizado por Leon Geller e Marcus Vetter (2008, 90').
O Coração de Jenin é a história de Ahmed Chatib,um rapaz palestino morto por soldados israelitas cujo pai decidiu doar os órgãos do seu filho a seis crianças israelitas par salvar as suas vidas. Um ano e meio passou desde então. Que conseguiu Ismail al-Chatib, do campo de refugiados de Jenin, com o seu gesto de paz? Para descobrir como o feito de Ismail afectou as vidas das famólias dos receptores, é necessário viajar através de Israel, desde as colinas ao norte, junto à fronteira com o Líbano, passando pela conturbada cidade santa de Jerusalém, até junto o deserto de Negev, no sul do país. O filme é uma viagem através de territórios ocupados e de corações cheios de preconceitos.
Exibição do filme "Promessas"
Na sexta 30, às 18 horas, na Sala de Vídeo, foi exibido o filme "Promessas" (Promises), realizado por Justine Shapiro, B. Z. Goldberg e Carlos Bolado (2001, 106').
Várias crianças judias e palestinas são seguidas durante três anos e postas em contacto umas com as outras, neste olhar alternativo sobre o conflito Israelo-Palestino. Os três cineastas seguiram um grupo de sete crianças locais entre 1995 e 1998. Todos eles têm origens totalmente diferentes. Estas sete crianças contam a sua própria história sobre como é crescer em Jerusalém. Através deste retrato de sua geração, vemos quão profundamente enraizados e quase insolúveis se tornaram os problemas do Médio Oriente. Quando os protagonistas voltam a falar, num epílogo, alguns anos mais tarde, torna-se notório que todos perderam sua inocência infantil.
Debate sobre a Situação na Palestina e no Médio Oriente
Na quinta 29, a partir das 18 horas, na Sala 5.1., esteve em debate a situação na Palestina e no Médio Oriente, com intervenções de Carlos Almeida, da Direcção Nacional do MPPM; Teresa Cadete, Professora da Faculdade de Letras da U.L. e também membro da Direcção Nacional do MPPM; Nuno Coelho, Designer de Comunicação e Professor na Universidade de Coimbra; e um membro da Direcção da Associação de Estudantes da FLUL.
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