União Europeia “chocada” com demolição por Israel de escola palestina financiada por doadores
As forças israelitas demoliram hoje uma escola em Masafer Yatta, a sul da cidade de Hebron, na Cisjordânia ocupada.
As forças israelitas demoliram a escola Isfey, na área de Khirbet Isfey al-Fouqa, onde dezenas de estudantes vão para obterem a sua educação. O Ministério da Educação tinha organizado ontem uma visita à escola, com a participação de representantes de organizações de direitos humanos, diplomatas, e organizações internacionais.
A União Europeia (UE) disse hoje que estava chocada com a notícia da demolição israelita de uma escola financiada por doadores em Masafer Yatta, no sul da Cisjordânia.
«Chocada com a notícia de que as Forças de Segurança Israelitas demoliram a escola Isfey financiada por doadores em Masafer Yatta, em território palestino ocupado, um dia depois de uma visita de diplomatas de vários Estados membros da EU», disse a UE no Twitter. «O direito das crianças palestinas à educação deve ser respeitado».
A EU confessou-se «muito alarmada com as medidas israelitas que visam as estruturas humanitárias».
Na década de 1980, as autoridades israelitas designaram uma parte de Masafer Yatta nas Colinas do Sul de Hebron como "Zona de Tiro 918", uma zona militar fechada. Desde então, os residentes têm estado em risco de despejo, demolição e transferência forçada. As aldeias de Khirbet Sarura e Kharoubeh já não existem, pois as suas casas foram todas demolidas.
Aproximadamente 20% da Cisjordânia estão designados como "Zonas de Fogo", afectando mais de 5000 palestinos de 38 comunidades.
Actualmente vivem em Masafer Yatta 215 famílias palestinas, num total de cerca de 1150 pessoas, das quais 569 são crianças.
Nos últimos meses, os militares israelitas intensificaram a demolição de edifícios dentro da zona de tiro, com o argumento de que os palestinos não têm licenças para consatrução. Tais licenças são extremamente difíceis de obter do governo de Israel.
Os residentes dizem estar impedidos de ter electricidade pois os painéis solares que erguem são prontamente destruídos. Também acusam as autoridades de cortar condutas de água, demolir poços e confiscar tanques de água a fim de privar de água a eles e aos seus animais.
A ameaça à subsistência - e existência - dos palestinos em Masafer Yatta também provém da construção de colonatos israelitas nas terras limítrofes da Zona de Fogo 918. Estas terras eram anteriormente utilizadas por agricultores e pastores palestinos, que agora se encontram encurralados entre os exercícios militares e os novos colonatos.
Além das incursões frequentes dos militares israelitas, os palestinos estão ainda sujeitos aos ataques violentos dos colonos.
E a União Europeia está «chocada».
Foto: Escombros da escola Isfey destruída pela ocupação israelita em Masafer Yatta