Uma Terra com Povo: A Palestina antes da Nakba
Neste domingo, 6 de Outubro, ao fim da tarde, a Casa do Comum, ao Bairro Alto, em Lisboa, acolheu uma conversa com Sandra Barrilaro, fotógrafa e activista, a propósito do livro Against Erasure: A Photographic Memory of Palestine before the Nakba de que é co-autora.
O evento, organizado pelo MPPM em cooperação com Arte pela Palestina, teve moderação de Carlos Almeida, vice-presidente do MPPM e a participação de Shahd Wadi.
Quando ganha força a narrativa sionista de que a Palestina era uma “terra sem povo”, o trabalho de Sandra Barrilaro documenta uma terra em que vivia um povo que trabalhava, comerciava, reagia e se divertia.
No mesmo espaço está patente a exposição Against Erasure: Uma memoria fotográfica da Palestina antes da Nabka produzida pelo MPPM.
Sandra Barrilaro
Sandra Barrilaro nasceu em Bilbau em 1960. É fotógrafa, editora e activista dos direitos humanos da população palestina.
Co-autora do livro Against Erasure. A Photographic Memory of Palestine before the Nakba, um livro de fotografias da Palestina antes da Nakba, que destrói o slogan sionista de “uma terra sem povo para um povo sem terra”. O livro foi publicado pela primeira vez em castelhano e a versão inglesa saiu no início deste ano de 2024.
Fruto das suas viagens à Palestina é a reportagem fotográfica intitulada Palestina, una mirada a la injusticia, uma colecção de fotografias a preto e branco da Palestina tiradas entre 2009 e 2011 na Cisjordânia e em Gaza.
Em 2016, participou no Women's Boat to Gaza da Flotilha da Liberdade, sendo uma das treze mulheres a bordo do Zaytouna na sua última etapa de Messina até às costas de Gaza.
Faz parte da Rumbo a Gaza, uma campanha da Freedom Flotilla Coalition. É autora de vários artigos sobre a Palestina e do álbum infantil Bajo las estrellas, Kókinos, 2001.
Against Erasure: A photographic memory of Palestine before the Nakba
Negar a existência do povo da Palestina foi uma premissa fundamental do movimento sionista, que procurou não só ocultar a sua existência, mas até a memória de que tinha existido. Mas o que existe deixa um rasto.
Por mais que tentem apagá-lo, o rasto daquela Palestina que existiu, o rasto das pessoas que seriam expulsas da sua terra e das suas vidas em 1948, permanece no vazio deixado pela sua ausência. E pode ser visto nas ruínas de uma aldeia cujo nome já não aparece nos mapas, no desenho de uma paisagem de infância perdida, na letra de uma canção ou nas fotografias de um álbum de família.
Against Erasure: A Photographic Memory of Palestine before the Nakba mostra fotografias que são vestígios daquela existência que se quis apagar. Não se trata de um exercício de nostalgia, mas de afirmação. São fotografias contra o esquecimento.
Arte pela Palestina
Arte pela Palestina foi um evento solidário para angariação de fundos para assistência humanitária na Palestina. Contou com uma vasta programação que inclui uma exposição com peças de arte doadas por artistas palestinos e portugueses, que estiveram em leilão, entre 16 de Setembro e 6 de Outubro.
O programa incluiu ainda música, gastronomia, conversas e debates, cinema, danças tradicionais palestinas e encontros poético-musicais.
Fora da Casa do Comum, o Auditório Camões acolheu a peça de teatro The Invaders’ Fear of Memories, de Ben Rivers.