A UE apela a Israel para a libertação imediata do menor palestino Amal Nakhleh

A União Europeia exortou hoje as autoridades de ocupação israelitas a libertarem imediatamente o menor palestino Amal Nakhleh.

«Secundamos o Gabinete dos Direitos Humanos da ONU nos Territórios Palestinos Ocupados ao apelar à libertação imediata de Amal Nakhleh, de 17 anos de idade. Amal foi condenado por um tribunal militar israelita a seis meses de detenção administrativa sem acusação nem julgamento», diz a União Europeia numa declaração.

A União Europeia expressou as suas «preocupações de longa data sobre a utilização extensiva por Israel da detenção administrativa sem acusações formais», e apelou a Israel para «respeitar as suas obrigações ao abrigo da Convenção sobre os Direitos da Criança, da qual é Estado Parte».

As forças de ocupação israelitas prenderam Amal Orabi Nakhleh em sua casa, no campo de refugiados de Jalazone, a norte de Ramala, em 21 de Janeiro.

Amal já tinha sido detido em 3 de Novembro passado e libertado em 10 de Dezembro. Disse então que teve as mãos e os pés algemados durante horas quando foi preso por soldados israelitas num posto de controlo militar.

Amal Nakhleh sofre de uma desordem da glândula timo que o obriga a tomar medicamentos quatro vezes por dia. Sem os seus medicamentos, tem dificuldade em respirar, perde a capacidade de digerir e engolir alimentos e a capacidade de abrir os olhos ou de controlar facilmente as mãos.

Relatou que os soldados o tinham espancado severamente em todo o corpo durante a sua prisão, apesar de os terem informado de que estava doente. Disse que apesar dos seus problemas respiratórios e membros fracos, os soldados continuavam a algemar as suas mãos e pés.

«Amarraram-me as mãos atrás das costas com algemas de plástico e apertaram-nas com força. Disseram-me que não me libertariam a menos que eu assinasse um documento declarando que não tinha sido espancado», declarou Amal ao Middle East Eye. «Quando tiraram as algemas, as minhas mãos ficaram azuis; não fui capaz de as mover.»

Segundo a Rede de Solidariedade com os Prisioneiros Palestinos Samidoun, «todos os anos, cerca de 700 crianças palestinas são levadas aos tribunais militares israelitas depois de serem detidas e interrogadas. A grande maioria relata alguma forma de tortura e abuso, incluindo pontapés e espancamentos em jipes militares, bem como tortura psicológica durante o interrogatório, incluindo ameaças de detenção de familiares».

Em Dezembro de 2020, estavam detidos em prisões israelitas, como prisioneiros de segurança, 160 menores palestinos, de acordo com a Addameer. De um total de 4400 presos, 440 estavam em detenção administrativa. A detenção administrativa é um procedimento que permite aos militares israelitas deter prisioneiros indefinidamente com base em informações secretas, sem os acusar ou permitir que sejam julgados.

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