Trump em encontro com Netanyahu: «A relação EUA-Israel nunca foi tão boa»

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou hoje que a relação entre os Estados Unidos e Israel «nunca foi tão boa». A afirmação foi feita ao receber na Casa Branca o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, que se encontra de visita a Washington.
Donald Trump afirmou que não afasta a possibilidade de participar na inauguração da embaixada dos EUA em Israel, marcada para 15 de Maio, 70.º aniversário da proclamação de Israel e simultaneamente da Nakba, a limpeza étnica de mais de 700.000 palestinos, em 1948.
«Estou orgulhoso desta decisão», acrescentou Trump na Sala Oval, referindo-se à sua decisão de reconhecer Jerusalém como capital de Israel e de para aí transferir a embaixada dos Estados Unidos, que actualmente se encontra em Tel Aviv. A decisão unilateral e ilegal dos Estados Unidos foi unanimemente condenada pelos palestinos, que consideraram que desse modo os EUA se excluíam do papel de mediadores. Também a Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou em 21 de Dezembro, por maioria esmagadora, uma resolução que rejeita a decisão dos Estados Unidos e exorta todos os Estados «a absterem-se de estabelecer missões diplomáticas» em Jerusalém, de acordo com a resolução 478 do Conselho de Segurança, de 1980.
Interrogado sobre o «processo de paz» israelo-palestino, Donald Trump foi evasivo sobre o momento da apresentação da proposta dos EUA. «Acho que os palestinos querem voltar à mesa de negociações», afirmou Trump, contrariando a patente recusa dos palestinos de regressar às negociações sob a égide dos Estados Unidos. «Se não o fizerem, não haverá paz, e também é uma possibilidade», acrescentou.
Por seu lado, Netanyahu agradeceu o apoio dos Estados Unidos e afirmou: «Não temos nenhum desejo de governar os palestinos, mas temos todo o desejo de controlar [a segurança]», confirmando assim indirectamente as notícias que têm vindo a lume sobre os contornos da «proposta de paz» estado-unidense que vão no sentido de um pseudo-Estado palestino amputado de território e de soberania e inteiramente subordinado a Israel.
Netanyahu declarou também que o grande perigo na região é o Irão, juntando-se assim às ameaças que, vindas em primeiro lugar dos Estados Unidos, se adensam sobre o Irão, país que tem sido um apoio firme da causa palestina.
 
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