Sessão promovida pelo MPPM: «Não à ocupação israelita da Palestina!»

Inserindo-se num conjunto de iniciativas que, em todo o Mundo, apelam à Liberdade para a Palestina e à Paz para o Médio Oriente, exigindo a saída de Israel dos Territórios Palestinianos ocupados desde a Guerra dos Seis Dias (5 a 11 de Junho de 1967), afirmando o direito do Povo Palestino a ter o seu Estado independente, reclamando o termo da violência e do desastre humanitário no Médio Oriente e manifestando a sua Solidariedade com o Povo Palestino, ameaçado na sua sobrevivência, o MPPM promoveu, no dia 4 de Junho, uma Sessão de Intervenção na Casa do Alentejo, em lisboa.
As mais de duas centenas de pessoas presentes aprovaram por aclamação uma Moção em que se apela à opinião pública nacional para que «saiba nesta data dizer não à continuação dos 40 anos de ocupação estrangeira ilegal e desumana dos territórios palestinianos e promover as mais diversas tomadas de posição e iniciativas de solidariedade moral, política, material com a justa luta de libertação do povo da Palestina» e se apela ao Governo português para que, ao assumir a Presidência da União Europeia, consiga «levar a U.E. a ter uma posição própria e diferenciada em questão de tão grande importância para a Europa e para a Paz mundial, de modo a reconhecer plenamente e tratar com o legítimo governo de unidade nacional palestiniano».
A sessão foi presidida por Mário Ruivo e Isabel Allegro de Magalhães e abriu com uma intervenção da poetisa, investigadora e historiadora palestina Faiha Abdulhadi que centrou a sua intervenção em testemunhos do sofrimento das mulheres palestinas causado pela ocupação. A narrativa de uma jovem palestina de 21 anos, que perdeu o seu bebé em consequências dos maus tratos infligidos por soldados israelitas, termina com a interrogação: «Até quando teremos que viver com este sofrimento de ter filhos, criá-los e vê-los ser assassinados a sangue frio?».
Interveio, seguidamente, Silas Cerqueira, do MPPM, que recordou as seis décadas de luta do povo palestino pela liberdade, afirmando: «A resistência do povo palestino é extraordinária de inquebrantável, firme e digna, tanto de homens, como de mulheres e crianças, o que força o nosso respeito e admiração.»
Abdullah Abdullah, actual presidente da Comissão Política do Conselho Legislativo Palestino, denunciou a acção de Israel para destruir a resistência palestina e inviabilizar a criação do Estado Palestino, nomeadamente com a construção do muro que separa palestinos de palestinos. Revelou ter dirigido um convite ao Ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal para que visite o Médio Oriente de forma a ter um conhecimento directo da situação que ali se vive e ter pedido para que considere prioritário, na sua agenda da Presidência da UE, levar a Europa a contribuir para pôr termo ao bloqueio que está a condenar à fome o povo palestino.
Encerrou a sessão o escritor José Saramago que se indignou com a indiferença com que o Mundo assiste à opressão do povo palestino e pressagiou: «Um dia se fará a história do sofrimento do povo palestino e ela será um monumento à indignidade e covardia dos povos». Saramago concluiu a intervenção apelando, em especial, à juventude, para que se mobilize em acções de luta pelo reconhecimento dos direitos do povo palestino.
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