Saúde de dois presos palestinos em greve de fome há mais de 60 dias continua a deteriorar-se

As condições de saúde de dois presos palestinos em greve de fome há mais de 60 dias deterioraram-se muito, informa um comunicado divulgado quarta-feira, 23 de Outubro, pela Sociedade dos Presos Palestinos (PPS).
Anas Shadid, de 20 anos, e Ahmad Abu Farah, de 29, estão em greve de fome desde 24 e 23 de Setembro, respectivamente, em protesto por terem sido colocados por Israel em detenção administrativa.
A detenção administrativa, aplicada em grande escala por Israel, permite a detenção por um período de três a seis meses indefinidamente renováveis, sem julgamento nem culpa formada, com base em provas não reveladas.
Os dois presos estão actualmente em isolamento no Assaf Harofeh Medical Center, em Israel, sujeitos a medidas severas que incluem a restrição de visitas. Tanto Shadid como Abu Farah só ingerem água desde o início da sua greve da fome. Sofrem de dores de cabeça constantes, perda parcial da visão, dores no peito, dores de estômago, perda de peso, vómitos e batimentos cardíacos irregulares, de acordo com um advogado da PPS que os visitou. Desde há 20 dias que os dois não tomam banho, por não se conseguirem manter de pé.
Anas Shadid e Ahmad Abu Farah expressaram o compromisso de continuar em greve de fome até as suas detenções administrativas serem levantadas e poderem ser transferidos para um hospital palestino.
Entretanto, Ammar Ibrahim Hamour, outro palestino mantido em detenção administrativa, declarou uma greve de fome de duração indefinida na segunda-feira. E Nour al-Din Amar, de 30 anos, está em greve de fome há cerca de 22 dias, tendo iniciado a greve no início de Novembro, em protesto por estar há mais de três anos em reclusão solitária.
Desde há um ano, dezenas de presos palestinos lançaram greves de fome, em protesto principalmente contra a detenção administrativa. Entre os grevistas mais destacados contam-se Muhammad al-Qiq, Bilal Kayed e os irmãos Muhammad e Mahmoud Balboul.
Segundo informações do grupo de defesa dos direitos dos presos Addameer, em Outubro de 2016 havia 7000 palestinos presos em cadeias israelitas, 720 dos quais em detenção administrativa. 
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