Presos palestinos lançam greve da fome de 3 dias após a morte de companheiro
Yasser Thiyab Hamduna, de 41 anos, morreu no domingo de manhã na prisão israelita de Ramon na sequência de um derrame cerebral.Após a sua morte, milhares de presos palestinos em várias prisões e centros de detenção israelitas declararam três dias de luto e greve da fome, protestando contra as ilegais políticas israelitas que lhes negam tratamento médico especializado e profissional.O exército israelita introduziu mais unidades nas prisões e selou e isolou completamente as suas várias secções, tentando impedir os presos de organizarem os protestos.Yasser Thiyab Hamduna sofria de uma série de problemas de saúde, incluindo falta de ar, problemas cardíacos e dores agudas no ouvido esquerdo. Em 2003 foi severamente agredido por guardas prisionais, e desde então fora internado várias vezes na clínica prisional de al-Ramla devido ao agravamento do seu estado de saúde.Hamduna, casado e pai de dois filhos, era originário de Ya’bad, distrito de Jenin, na Margem Ocidental ocupada. Foi preso em 2003 e condenado a prisão perpétua, acusado de actividades de resistência à ocupação enquanto membro das Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa, ramo armado do movimento Fatah.O governo palestino condenou a sua morte, declarando que ela é consequência da negligência médica de Israel em relação aos presos e detidos palestinos.Por seu lado, o movimento Hamas reagiu com indignação à morte de Hamduna. O seu porta-voz Abu al-Rahman Shadid exortou a resistência palestina a «retaliar», dizendo que a sua morte «demonstrava a cruel brutalidade da ocupação israelita».No mesmo sentido se pronunciou Issa Qaraqe, director do Palestinian Committee of Prisoners’ Affairs (comité palestino dos assuntos dos presos), afirmando que Israel é inteiramente responsável pela morte de Hamduna e apelando a uma investigação internacional dos crimes israelitas contra os presos palestinos.Também Riyad al-Ashqar, porta-voz do Palestinian Prisoners’ Center for Studies (centro de estudos dos presos palestinos) acusou as autoridades israelitas de negligenciarem deliberadamente as necessidades médicas dos presos.De acordo com a Palestinian Prisoner's Society (PPS – sociedade dos presos palestinos), um total de 208 palestinos morreram desde 1967 em prisões israelitas, 55 dos quais em resultado de negligência médica; outros 8 morreram pouco depois de serem libertados devido a negligência médica durante o período de prisão.Num total de 7000 presos palestinos em 17 prisões israelitas, o Palestinian Prisoners’ Center for Studies calculou que havia cerca de 1000 doentes.