Polícia israelita ataca fiéis muçulmanos em Al-Aqsa durante importante festa religiosa

A polícia israelita neste domingo disparou balas de borracha, gás lacrimogéneo e granadas atordoantes contra dezenas de milhares de palestinos no complexo de Al-Aqsa, em Jerusalém Oriental ocupada. A violência da polícia é bem patente num vídeo publicado pelo jornal Haaretz. Os fiéis muçulmanos opunham-se à entrada no local de colonos israelitas fanáticos no primeiro dia do Eid Al-Adha (Festa do Sacrifício), uma das principais festividades religiosas muçulmanas.

O Crescente Vermelho Palestino informou que pelo menos 61 palestinos ficaram feridos, principalmente idosos, sendo 15 conduzidos ao hospital. A polícia israelita prendeu várias pessoas. Nos confrontos terão ficado ligeiramente feridos quatro polícias.

Inicialmente as autoridades israelitas tinham decidido não permitir a entrada no recinto a não muçulmanos, incluindo judeus. Porém, cedendo à pressão de grupos extremistas de colonos (representados no próprio governo), mais tarde a polícia permitiu a entrada no complexo de 1700 judeus, segundo números revelados pelo ministro israelita da Segurança Pública, Gilad Erdan.

Nabil Abu Rudeineh, porta-voz do presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, responsabulizou «o governo israelita pela invasão da polícia aos pátios da Mesquita Al-Aqsa e pelo ataque aos fiéis, o que é uma grande provocação aos sentimentos dos muçulmanos e serve para incendiar a situação e aumentar a tensão».

Também Hanan Ashrawi, membro do Comité Executivo da Organização de Libertação da Palestina condenou a «agressão», chamando a atenção para o facto de decorrer a poucas semanas das eleições legislativas em Israel.

«Para marcar pontos na temporada eleitoral», afirmou a dirigente da OLP, «os políticos israelitas estão a competir para ver quem consegue exibir níveis mais altos de agressão e hostilidade contra o povo palestino durante esta importante festividade religiosa, incluindo o apoio aos planos dos colonos israelitass para invadir o Complexo de Al-Aqsa.»

Por seu lado, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Jordânia (guardiã do local sagrado), Ayman Safadi, declarou: «Pedimos à comunidade internacional que responsabilize Israel e o pressione para cessar as suas violações.»

O complexo de Al-Aqsa, que inclui a Mesquita Al-Aqsa e a Cúpula do Rochedo, é considerado o terceiro local mais sagrado do Islão. Os muçulmanos crêem que o Profeta Maomé ascendeu ao céu daí.

Os judeus, para quem o local também é sagrado, podem visitá-lo durante determinadas horas estabelecidas, mas não orar para evitar tensões. No entanto, os colonos israelitas que regularmente entram no complexo sob forte escolta policial costumam realizar orações judaicas no local.

O complexo de Al-Aqsa localiza-se na Cidade Velha de Jerusalém, na parte oriental da cidade que Israel ocupou em 1967.

Foto: PalestinePost24

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