A poesia palestina como forma de resistência

Neste Dia Mundial da Poesia recordamos um poema de Fadwa Tuqan (1917-2003), grande senhora das letras palestinas, e considerada um dos melhores poetas árabes contemporâneos. Este poema foi escrito na sequência da Guerra de 1967 e é um grito de afirmação – que os anos confirmaram – de que, a despeito de todas as adversidades, o povo palestino resiste e não desiste.O DILÚVIO E A ÁRVOREQuando a tempestade satânica chegou e se espalhouNo dia do dilúvio negro lançadoSobre a boa terra verdejante“Eles” contemplaram.Os céus ocidentais ressoaram com explicações de regozijo:“A Árvore caiu!O grande tronco está esmagado! O dilúvio deixou a Árvore sem vida!”Caiu realmente a Árvore?Nunca! Nem com os nossos rios vermelhos correndo para sempre,Nem enquanto o vinho dos nossos membros despedaçadosSaciar nossas raízes sequiosasRaízes árabes vivasPenetrando profundamente na terra.Quando a Árvore se erguer, os ramosVão florir verdes e viçosos ao solO riso da Árvore desfolharáDebaixo do solE os pássaros voltarãoSim, os pássaros voltarão Com certeza voltarão.Imagem: Pintura de Ismail Shammout – A Oliveira (2005) 

Terça, 21 de Março de 2017 - 00:00