«Plano de paz» de Trump é plano de rendição, diz MNE palestino

O ministro dos Negócios Estrangeiros palestino, Riyad Al-Maliki, afirmou na quinta-feira que o anunciado plano de paz dos EUA é um acordo para forçar os palestinos à rendição.

Falando numa reunião informal do Conselho de Segurança da ONU para discutir a construção de colonatos israelitas ilegais nos territórios palestinos ocupados, Al-Maliki criticou o chamado «acordo de paz» dos EUA, sublinhando que todas as indicações são de que o seu conteúdo serão «condições para a rendição».

A administração estado-unidense disse que vai revelar o seu «plano de paz», a que chama «acordo do século», depois de terminado o mês sagrado muçulmano do Ramadão, no começo de Junho.

«Quando os EUA, antes de anunciarem o seu plano, reconhecem Jerusalém como a chamada  “capital de Israel” e afirmam que têm o direito de tomar essa decisão soberana que está viola de modo flagrante o direito internacional e as resoluções do Conselho de Segurança da ONU e fingir que isso não tem implicações na paz, não é possível ter fé em tais esforços», afirmou Maliki.

«Todas as decisões tomadas desde então pelo governo dos EUA simplesmente confirmaram o seu desrespeito pelas vidas dos palestinos, pelos direitos dos palestinos» e pela solução dos dois Estados», disse o ministro palestino.

«Não podemos deixar de nos envolver em qualquer esforço de paz, mas os esforços dos EUA não podem ser caracterizados nem podem qualificar-se como esforços de paz, infelizmente», prosseguiu Maliki. «Tudo indica que este não é um plano de paz, mas sim condições de rendição — e não há dinheiro que o torne aceitável.»

«Alguns perguntam-nos: e se eles vos surpreenderem? Dizemos-lhes que teríamos tido mais esperança se eles não tivessem sido surdos aos nossos apelos, cegos às violações de Israel e mudos, na melhor das hipóteses, sobre os fundamentos da paz, quando não os minam activamente», acrescentou o ministro.

A Autoridade Palestina (AP) cortou a comunicação com o governo dos EUA desde Dezembro de 2017, quando o Donald Trump anunciou o reconhecimento de Jerusalém como a capital de Israel, tendo transferido a embaixada dos EUA de Tel Aviv para Jerusalém em Maio de 2018. Dado o inegável apoio da administração Trump a Israel, os palestinos declararam que os EUA não tinham condições para serem mediador do chamado processo de paz israelo-palestino.

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