A pandemia não impede Israel de intensificar os abusos contra palestinos em al-'Esawiyah
Apesar da situação de emergência sanitária que exige que os residentes de Israel e dos Territórios Ocupados tomem medidas extremas de isolamento social, a polícia de Israel optou, precisamente nesta altura, por intensificar os seus abusos e punições colectivas contra os palestinos no bairro de al-'Esawiyah, em Jerusalém Oriental – denuncia a organização israelita de direitos humanos B’Tselem.
Como parte de uma operação que começou em Abril de 2019, agentes da Polícia de Fronteira e da Unidade Especial de Patrulhamento invadem diariamente o bairro sobrepovoado, mesmo à noite, e mais ainda nos fins de semana, sem qualquer razão aparente e provocam conflitos com os moradores. Nos confrontos que se seguem, a polícia actua com violência, atirando balas de borracha, gás lacrimogéneo e granadas atordoantes. Durante essas incursões, a polícia fecha as entradas do bairro. prende os moradores, na sua maioria menores, e leva-os para uma esquadra, onde são interrogados sozinhos. A maior parte dos menores é libertada após um curto período, às vezes depois de passar uma noite em detenção.
O abuso policial dos palestinos em al-'Esawiyah, que é agora uma realidade permanente na vida do bairro, é ilegal e injustificável, mesmo sob a rotina habitual da ocupação. No entanto, neste momento sensível, tal conduta expõe os moradores a riscos de saúde substanciais e completamente desnecessários, põe em risco a saúde pública e viola as directivas médicas sobre isolamento social.
O desprezo das autoridades israelitas pela vida dos residentes de al-'Esawiyah, incluindo crianças e adolescentes, não é novidade. No entanto, a continuação e até mesmo a escalada de tal conduta durante uma pandemia é uma manifestação especialmente terrível desta política criminosa.
Foto: A polícia prende um jovem em al-'Esawiyah esta semana (de um vídeo dos moradores do bairro)